O candidato a prefeito de Aracaju pelo PSB, deputado federal Valadares Filho, afirma em sua primeira entrevistada para a mídia impressa e digital, que “o novo”, que ele representa, “convenceu os aracajuanos” na eleição do último domingo. Do pleito, Valadares Filho saiu com 98.071 votos, ou apenas 0,67% atrás do candidato Edvaldo Nogueira, PC do B, que teve 99.815 votos. Ambos vão ao segundo turno.
“O novo, que eu represento, convenceu os aracajuanos. O candidato de Jackson Barreto, do PC do B e do PT passou o tempo todo sofismando, dizendo que ganharia em primeiro turno. Com arrogância, gastou o tempo todo me subestimando. Me depreciando, mentindo sobre a minha pessoa, como no caso da votação da cassação de Eduardo Cunha, e deu no que deu. O aracajuano é sensível e soube reagir. Soube e muito mais saberá no 30 de outubro, dia do segundo turno”, diz Valadares Filho.
O candidato do PSB recomenda à militância dos partidos que o apoiam e aos eleitores de domingo que mantenham-se atentos e que só festejem na noite do domingo, dia 30, quando se realizará o segundo turno. “Quero agradecer, profundamente, aos 98.071 cidadãos e cidadãs de Aracaju que deixaram suas casas no domingo para ir às urnas dar um voto em mim. Chamo a atenção, no entanto, para o fato de que eleição só se ganha no dia. Peço à militância dos nossos partidos e aos eleitores que estiveram com a gente neste domingo que não baixem a guarda. Que multipliquem seus sentimentos de mudança”, diz Valadares nesta entrevista.
Surpreendeu ao senhor passar empatado com Edvaldo Filho do primeiro para o segundo turno?
– Não surpreendeu de modo algum, e aqui quero agradecer, profundamente, aos 98.071 cidadãos e cidadãs de Aracaju que deixaram suas casas no domingo para ir às urnas dar um voto em mim, no Pastor Antônio dos Santos, meu vice, no nosso programa de Governo e na nossa proposta do novo.
Qual é a sua visão do que aconteceu no domingo?
– Aconteceu o que nós havíamos pensado e planejado. Trabalhamos sempre com a convicção de que, mesmo sem o desastre do debate da TV Sergipe para o candidato Edvaldo Nogueira, chegaríamos encostado nele. O 0,67% que me separou dele e que foi muito bem captado pelo Dataform em pesquisa da sexta-feira, dia 30, nos deixou uma lição muito especial e assertiva: a de que o novo mostrou sua força frente à velha política e à arrogância. O novo, que eu represento, convenceu os aracajuanos.
De que forma esta suposta arrogância se manifestou?
– O candidato de Jackson Barreto, do PC do B e do PT passou o tempo todo sofismando, dizendo que ganharia em primeiro turno. Com arrogância, gastou o tempo todo me subestimando. Me depreciando, mentindo sobre a minha pessoa, como no caso da votação da cassação de Eduardo Cunha, e deu no que deu. O aracajuano é sensível e soube reagir. Soube e muito mais saberá no 30 de outubro, dia do segundo turno. Chamo a atenção, no entanto, para o fato de que eleição só se ganha no dia. Peço à militância dos nossos partidos e aos eleitores que estiveram com a gente neste domingo que não baixem a guarda. Que multipliquem seus sentimentos de mudança.
Mas a arrogância teria sido o maior pecado de Edvaldo Nogueira?
– Não. Esse foi apenas um dos pecados. Acho que o mais danoso foi que ele se mostrou para a sociedade numa roupagem falsa no marketing de TV. Vendeu aos aracajuanos um produto que não era verdadeiro. O Edvaldo de verdade é aquele que as pessoas viram no debate da TV Sergipe: frágil, sem personalidade própria, sem projeto para Aracaju e apropriador do que os outros fizeram como se fosse dele. Ele não pode sair da moldura de um estúdio de TV, que desaba. Como desabou nos estúdios da TV Sergipe. E que as pessoas fiquem atentas para o disfarce que ele venha a usar neste segundo turno.
E qual teria sido o maior acerto do senhor e da sua campanha?
– Olha, nós não nos maquiamos para os aracajuanos. O nosso programa de TV me levou às casas e aos lares de Aracaju do modo original como eu sou. Com minha estatura real. Com um programa de Governo humanizado, simples, bom e exequível. Acho que isso é que faz a diferença. Estamos lidando com a vida real. Não fazemos teatro ou cinema. Queremos ganhar a eleição, mas não admitimos trapaças contra a boa-fé das pessoas.
O que senhor muda no roteiro da sua campanha e nas suas propostas nestas quatro semanas até o dia 30?
– Pouca coisa, ou quase nada. Agora teremos o mesmo tempo de rádio e TV que eles, cinco minutos para cada, e vamos apenas intensificar nosso diálogo com as pessoas. Vamos aprofundar alguns pontos do nosso Programa de Governo que ficaram ainda carentes de exposição e repetir a mesma receita do diálogo. Do diálogo com as pessoas simples em suas casas, em seus bairros – sobretudo as mais necessitadas da presença de Governo em suas vidas. Vamos intensificar o diálogo com a classe trabalhadora, carente de uma cidade em desenvolvimento que gere emprego e renda. Vamos intensificar o diálogo com os setores produtivos. Nesse segundo turno vou deixar mais claro do que no primeiro que o meu principal gabinete de prefeito vai ser as ruas de Aracaju. E que meu alvo principal serão as pessoas e o seu bem-estar. Não serei prefeito de saber das coisas apenas pelo secretariado, pelos assessores. Quero eu mesmo, ao lado do meu vice, o Pastor Antônio dos Santos, tomar conhecimento in loco dos problemas. Tomar conhecimento e resolvê-los.
Que destino o senhor imagina que terão no segundo turno os 59.619 votos que não optaram nem pelo senhor e nem por Edvaldo Nogueira?
– O eleitor é um cidadão livre para optar por quem ele bem quiser. Mas espero que uma expressiva maioria desses quase 60 mil eleitores tenha o nosso nome como opção. Sou grato a eles desde já. Além deles, temos mais de 14 mil eleitores de João da Tarantela, a quem peço que analisem o nosso Programa de Governo. Queria dizer aqui a quem votou em João Alves, em Dr Emerson, em Tarantela, em Sônia Meire e em Vera Lúcia que gostaria muito que eles me concedessem o privilégio dos seus votos no segundo turno. Fiquei feliz, e surpreso, com a expressiva votação de mais de 23 mil do Dr Emerson. Ele merece. É uma figura por quem tenho muito apreço. Um vereador de primeira linha, um homem que prega uma revolução de costumes na política e cujo pensamento novo muito se assemelha ao meu.
Lhe assustou o alto índice votos nulos e brancos?
– A classe política, nos últimos cinco ou seis anos, tem deixando muito a desejar. O PT envergonhou o Brasil com a corrupção institucional revelado na operação Lava Jato. Isso certamente refletiu nesse outro aspecto desta eleição. Houve mais de 68 mil votos entre nulos e brancos. Respeito esta opção dessas pessoas, porque há nisso um protesto político, mas convido esses eleitores a repensarem suas convicções e a nos darem uma chance de fazer diferente. Estejam certos de que vocês não se decepcionarão comigo e nem com o Pastor Antônio dos Santos.
O senhor sai da eleição magoado ou ressentido com alguns institutos de pesquisa, que sempre lhe deram uma distância, às vezes de até 12 pontos, em relação a Edvaldo Nogueira?
– Eu estranhei muito algumas condutas de institutos, mas quem me conhece sabe que não sou de guardar mágoas nem ressentimentos. Acho que alguns desses institutos não foram felizes em suas metodologias. Mas nem tudo é erro. Veja com que precisão o Dataform, um instituto da terra, mediu na sexta, dois dias antes da eleição, o resultado. Ele previu que o candidato do PC do B/PT teria 1,02% à minha frente. Teve, oficialmente, 0,67%. Isso é profissionalismo. Isso é lisura estatística. E acho bom os nossos adversários ficarem atentos para um dado daquela mesma pesquisa do Dataform que nos apontava com 4,65% de frente para o segundo turno. Claro que insisto na observação de que eleição se ganha na urna e não vale sentimento de vitória de véspera.
O que o senhor achou da composição das bancadas de vereadores?
– Houve um certo equilíbrio. Nós elegemos sete vereadores. A coligação do Edvaldo, oito, a do João Alves, sete, e do Dr Emerson, da Rede, dois.
Em caso de eleito, isso vai lhe gerar dificuldades legislativas?
– Não creio. Sou um homem que tive minha vida inteira pautada no Legislativo e não terei a mínima dificuldade de relação com a Câmara Municipal. Aproveito, inclusive, esta entrevista para convidar os sete ligados ao Dr João e os dois ao Dr Emerson para somarmos força. Há figuras de votação expressiva, como o reeleito Vinicius Porto, com quase 8 mil votos. Vinicius, você é muito importante. Na nossa base, além dos eleitos Elber Batalha, Lucas Aribé, Jason Neto, Zezinho do Bugio, Cabo Amitas, Thiaguinho Batalha e Anderson de Tuca, há expressivos companheiros que não se reelegeram ou se elegeram, como Max Prejuízo, Bertulino Menezes, Ivaldo José, Pastor Morais, a jovem estreante Niully Campos, entre tantos outros. Já a partir de amanhã faremos reuniões com eleitos e não eleitos para pedir empenho no segundo turno.
Do ponto de vista do Estado, qual o desempenho eleitoral dos grupos ligados ao senhor?
– Não tive tempo de fazer um levantamento preciso ainda, mas minha assessoria me informa que conseguimos, entre PSB, PSC e aliados, eleger perto de 50 dos 75 prefeitos de Sergipe e uma boa quantidade de vices e de vereadores. Isso ajuda muito no espírito de presença e de corpo do nosso projeto de segundo turno. A relação entre nossa cidade-mãe, que é Aracaju, e as demais 74 do interior do Estado é muito próxima. A eleição daqui tem muito interesse por lá. Preciso e aceito o abraço e o apoio de todas elas.
Por Jozailto Lima