Os resultados do segundo turno das eleições municipais nas capitais brasileiras não apresentaram grandes surpresas. Na véspera do pleito, realizado neste domingo (29), institutos de pesquisas apontavam cenários de votação que não se confirmaram após a apuração das urnas.
A situação que parecia imprevisível em algumas capitais, como Porto Alegre, Recife e Vitória, apontou vitória mais folgada do candidato eleito. E em cidades onde se projetava um triunfo tranquilo, a disputa foi mais apertada, casos de Fortaleza e Goiânia.
Selecionamos algumas capitais onde institutos divulgaram pesquisas no sábado (28) para mostrar o que as projeções indicavam e o que de fato ocorreu nas urnas.
Aracaju: Edvaldo Nogueira (PDT) foi reeleito 57,86% dos votos válidos, enquanto Danielle Garcia (Cidadania) ficou com 42,14%, A pesquisa Ibope/TV Sergipe divulgada na quinta-feira (26) já indicava a reeleição de Edvaldo com 62% e 38% para candidata do Cidadania. O acerto veio dentro da margem de erro, que era de 4% para mais ou para menos.
São Paulo: Bruno Covas (PSDB) foi reeleito prefeito na maior cidade do Brasil com 59,38% dos votos válidos. O adversário, Guilherme Boulos (Psol), ficou com 40,62%. Pesquisas divulgadas no sábado anterior à votação já apontavam vitória de Covas em São Paulo. O Ibope dava 57% dos votos válidos para o atual prefeito e 43% para o psolista, ficando dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais. Por outro lado, o Datafolha projetava o tucano com 55% dos votos válidos. Pela margem de erro de 2 pontos percentuais, porém, ele chegaria no máximo a 57%. Boulos, por sua vez, poderia teria no mínimo 43%.
Rio de Janeiro: Eduardo Paes (DEM) foi eleito prefeito do Rio de Janeiro ao obter 64,07% dos votos válidos, enquanto Marcelo Crivella (Republicanos) ficou com 35,93%. Na véspera do segundo turno, as pesquisas apontavam um cenário muito próximo do que acabou ocorrendo neste domingo. Tanto Ibope como Datafolha, que divulgaram levantamento no sábado, apontavam Paes com 68% dos votos válidos e Crivella com 32%. No entanto, o resultado ficou fora da margem de erro das duas pesquisas. Pelo Ibope, Crivella chegaria a até 35%. Já de acordo com o Datafolha, ele teria no máximo 34%.
Porto Alegre: A pesquisa Ibope divulgada na véspera da eleição apontava um empate técnico entre Manuela D’Ávila (PCdoB) e Sebastião Melo (MDB) em Porto Alegre. De acordo com o levantamento, a candidata liderava numericamente com 51%, contra 49% do adversário. Levando em conta a margem de erro de 3 pontos percentuais, o candidato do MDB chegaria no máximo a 52%. Neste domingo, entretanto, o resultado na urna mostrou um cenário distinto. Após a apuração, Sebastião Melo foi eleito prefeito da capital gaúcha com 54,63% dos votos válidos, enquanto Manuela D’Ávila ficou com 45,37%.
Recife: No Recife, onde as pesquisas apontavam uma disputa bastante acirrada e que poderia ser decidida voto a voto, a realidade das urnas foi para outro lado. Na véspera, tanto Ibope como Datafolha davam empate numérico entre João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), com 50% dos votos válidos cada. No dia seguinte, a diferença entre os candidatos foi superior a 12%. O candidato do PSB, o prefeito eleito mais jovem entre as capitais, com 26 anos, ficou com 56,27% dos votos válidos. Já a petista somou 43,73%.
Fortaleza: O resultado do segundo turno em Fortaleza foi muito mais apertado do que as pesquisas indicavam na véspera da votação. Sarto (PDT) foi eleito prefeito com 51,69% dos votos válidos, enquanto Capitão Wagner (Pros) somou 48,31%. A diferença foi de 3,38 pontos percentuais. No sábado, o Ibope dava 61% das intenções de votos válidos para o candidato do PDT, apoiado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes. Do outro lado, Capitão Wagner teria 39%. Dentro da margem de erros da pesquisa, de 3 pontos percentuais, o candidato derrotado chegaria no máximo a 42% e o prefeito teria no mínimo 58%.
Goiânia: Internado e sedado em São Paulo para tratamento da Covid-19, Maguito Vilela (MDB) foi eleito prefeito de Goiânia com 52,6% dos votos válidos, enquanto seu adversário Vanderlan Cardoso (PSD) teve 47,4%. A vitória do emedebista, porém, foi conquistada com uma vantagem menor do que apontavam as pesquisas. O levantamento do Ibope da véspera da votação dava 59% dos votos válidos para Maguito e 41% para o candidato do PSD.
Vitória: A vantagem que Delegado Pazolini (Republicanos) abriu para se eleger prefeito de Vitória foi maior do que as pesquisas indicavam. Eleito com 58,5% dos votos válidos, viu o adversário João Coser (PT) somar 41,5%. Segundo o Ibope, em pesquisa divulgada na véspera, no sábado, os candidatos estavam empatados numericamente, com 50% dos votos válidos cada. A margem de erro do levantamento era de 4 pontos percentuais, o que dava um patamar máximo de 54% para cada. No fim, a vantagem de Pazolini foi de 17 pontos percentuais.
Belém: Na véspera da eleição, o Ibope apontava vitória relativamente tranquila de Edmilson Rodrigues (Psol), com 58% das intenções de votos válidos, contra 42% do Delegado Federal Eguchi (Patriota). Neste domingo, Edmilson confirmou a vitória, mas ela foi muito mais apertada do que o Ibope projetava. Ele foi eleito com 51,76% dos votos válidos, enquanto Eguchi ficou com 48,24%, uma diferença inferior a 4%.
João Pessoa: Cícero Lucena (PP) foi eleito prefeito de João Pessoa com 53,16% dos votos válidos. Ele venceu a disputa do segundo turno sobre Nilvan Ferreira (MDB), que acabou com 46,84%. Na véspera, o Ibope apontava vitória de Lucena com 58% dos votos válidos, enquanto Nilvan teria 42%. No fim, o resultado acabou ficando dentro da margem de erro da pesquisa, de 4 pontos percentuais.
Teresina: O Ibope no sábado indicava que Dr. Pessoa (MDB) teria uma vitória tranquila em Teresina. Segundo o levantamento, ele tinha 68% das intenções de votos válidos. Já Kleber Montezuma (PSDB) chegava a 32%. No domingo, o emedebista confirmou a vitória com folga, mas fora da margem de erro da pesquisa de 4 pontos percentuais. Ele somou 62,31% dos votos válidos e Montezuma teve 37,69%. Pela pesquisa, Dr. Pessoa venceria com no mínimo 64%.
Fonte: Gazeta do Povo