Foto: Gabriela Biló/FolhaPress
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro aprovou, nesta terça-feira (13), uma série de convocações de pessoas que podem ter ligação com os atos de vandalismo às sedes dos Três Poderes. As convocações miram, em parte, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, preso na operação da Polícia Federal que investiga o caso das joias sauditas.
Diferentemente de convidados, as pessoas que são convocadas a depor em uma CPI são obrigadas a comparecer ao colegiado. A data dos depoimentos ainda não foi marcada, mas, segundo a relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a tendência é que as audiências com os convocados comecem na próxima reunião da CPMI, na terça-feira (20). Anderson Torres deve ser o primeiro nome a ser ouvido.
Veja a lista completa
Adauto Lucio de Mesquita, empresário mencionado em relatório da PCDF, suspeito de ter coordenado o financiamento do acampamento no QG do Exército;
- Ailton Barros, militar da reserva que foi preso na operação da PF sobre fraudes em cartões de vacinação;
- Ainesten Espírito Santo Mascarenhas, empresário investigado por participação na depredação das sedes dos Três Poderes;
- Alan Diego dos Santos, condenado por ter tentado explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022;
- Albert Alisson Gomes Mascarenhas, empresário que participou da depredação das sedes dos Três Poderes;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
- Antônio Elcio Franco Filho, ex-número 2 da Saúde, investigado pela PF por ter tramado um suposto plano de golpe de Estado;
- Argino Bedin, empresário suspeito de ter financiado os atos de vandalismo;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe de Segurança Institucional;
- Diomar Pedrassani, empresário suspeito de ter financiado os atos extremistas;
- Edilson Antonio Piaia, produtor rural investigado pelo uso de caminhões para bloqueio de rodovias;
- Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal;
- George Washington de Oliveira Sousa, condenado por ter tentado explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022;
- Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP);
- Jeferson Henrique Ribeiro Silveira, motorista acusado de participação na tentativa de atentado a bomba no Aeroporto de Brasília;
- Jorge Teixeira de Lima, coronel, ex-comandante do Departamento Operacional da PMDF;
- José Carlos Pedrassani, empresário suspeito de ter financiado os atos de vandalismo;
- Joveci Xavier de Andrade, empresário suspeito de ter financiado os atos de vandalismo;
- Júlio Danilo Souza Ferreira, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Leandro Pedrassani, empresário suspeito de ter financiado os atos de vandalismo;
- Leonardo de Castro, diretor de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal;
- Marcelo Fernandes, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
- Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército, preso na operação da PF que investiga o caso das joias sauditas dadas de presente à família Bolsonaro;
- Marília Ferreira de Alencar, ex-subsecretária de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Márcio Nunes de Oliveira, ex-delegado-geral da Polícia Federal;
- Milton Rodrigues Neves, delegado da Polícia Federal;
- Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP);
- Robson Cândido, delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
- Roberta Bedin, empresária suspeita de ter financiado os atos de vandalismo;
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;
- Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro;
- Wellington Macedo de Souza, blogueiro envolvido no episódio da tentativa de ataque a bomba no Aeroporto de Brasília.
Convocações rejeitadas
Por outro lado, a maioria dos parlamentares rejeitou a convocação de nomes como o do ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, e o do atual ministro da Justiça, Flávio Dino. Dias era o chefe da segurança do Palácio do Planalto em 8 de janeiro e pediu demissão do cargo depois do vazamento de imagens em que ele aparece circulando pela sede do Poder Executivo entre os invasores durante a manifestação. Já Dino é acusado por parlamentares da oposição de omissão durante os atos antidemocráticos.
Outro nome que foi poupado de dar explicações na comissão neste primeiro momento foi o de Ricardo Cappelli. O requerimento que pedia que el comparecesse à CPMI, na condição de convidado, foi retirado da pauta após a pressão da ala governista. Cappelli foi o responsável pela intervenção federal na segurança do DF e é atualmente o ministro interino do GSI.
Para a relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), a investigação precisa seguir uma ordem cronológica. “No plano de trabalho, eu cito o Gonçalves Dias e outras personalidades que julgo ser importantes, mas vamos seguir uma lógica. Temos seis meses de trabalho, alguém que eventualmente não foi (convocado) agora, certamente será na segunda rodada, com a certeza de que todos serão ouvidos”, afirmou.
Fonte: R7