ARACAJU/SE, 28 de setembro de 2025 , 17:13:28

8 em cada 10 pessoas têm interesse em usar serviços de saúde digital no Brasil, mostra pesquisa do SESI

 

Pesquisa divulgada  pelo Serviço Social da Indústria (SESI) revela que 78% da população brasileira tem interesse em usar serviços de saúde digital. As tecnologias para realizar atendimentos, acompanhar pacientes e gerenciar dados de saúde são bem avaliadas por quem utiliza (81%), entretanto, ainda são pouco conhecidas pelos brasileiros (26%).

 

Os resultados foram apresentados na abertura do evento Conecta Saúde, realizado pelo Movimento Empresarial pela Saúde (MES), coordenado pelo SESI, em São Paulo. O levantamento foi conduzido pelo Instituto de Pesquisa Nexus e ouviu mais de 2 mil pessoas com mais de 16 anos em todos os estados brasileiros, entre os dias 13 e 15 de maio.

 

Os dados mostram que, em 2025, 20% dos brasileiros usaram algum serviço de saúde digital. O celular é o principal dispositivo de acesso (96%) e canais como telefone e WhatsApp (45%), aplicativos de planos de saúde (32%) e o Conecte SUS (31%) lideram.

 

Entre os principais obstáculos para o uso de serviços digitais estão a falta de confiança no atendimento online (35%), dificuldades de acesso à internet (23%) e o desconhecimento sobre como agendar ou usar os serviços digitais (21%).

 

Avaliação positiva da saúde digital cresceu entre 2023 e 2025

 

Apesar das barreiras, a pesquisa mostra que a satisfação com as tecnologias digitais de cuidado em saúde tem avançado entre quem utiliza os serviços: 81% dos entrevistados avaliaram positivamente os serviços em 2025, em relação a 73% em março de 2023. Na telemedicina, a praticidade (30%), a agilidade (28%) e o bom atendimento (14%) são os fatores que mais puxam essa avaliação para cima, enquanto atendimento superficial (32%), demoras no agendamento e falhas técnicas (16%) explicam as opiniões negativas.

 

Em média, cada pessoa se interessa por dois serviços digitais, sendo os mais comuns o agendamento online (57%) e a teleconsulta (49%), seguidos por exames integrados digitalmente (33%), prescrição digital (23%) e atestado médico (18%). A inteligência artificial já aparece no apoio ao diagnóstico em 10% dos casos.

 

Telemedicina: aceitação em crescimento

 

Quase metade dos participantes (38%) aponta interesse em usar a telemedicina no futuro, sobretudo jovens do sexo masculino de 25 a 40 anos (44%), pessoas com ensino superior (51%) e rendas mais altas (47%). Já a resistência é maior entre a faixa de 41 a 59 anos (79%) e entre os idosos (83%), principalmente pela preferência pelo contato presencial e pela insegurança em relação ao atendimento digital.

 

Entre as especialidades mais aceitas em formato digital estão: nutricionista (44%), psicólogo (42%) e farmacêutico (40%). Terapeuta ocupacional (30%) e fonoaudiólogo (27%) também ganham destaque, especialmente entre jovens e públicos mais escolarizados.

 

Desconhecimento ainda é desafio, mas percepção é positiva

 

Embora a maioria da população brasileira mostre interesse em usar serviços de saúde digital quando o assunto é conhecimento sobre essas ferramentas, o cenário muda: apenas 10% afirmam conhecer bem ou muito bem, enquanto 25% dizem conhecer um pouco e 63% nunca ouviram falar ou já ouviram falar, mas não sabem como funciona.

 

A percepção, contudo, é positiva. Para 56% da população, a saúde digital facilita muito ou um pouco o acesso aos serviços de saúde, o que, na avaliação do SESI, representa um grande potencial para ampliar a adoção dessas ferramentas.

 

“A pesquisa confirma que a transformação digital na saúde deixou de ser uma tendência e já faz parte da realidade brasileira. É uma oportunidade concreta de ampliar o acesso, qualificar os serviços e fortalecer a integração entre pacientes, profissionais e instituições. O grande desafio é garantir que esses avanços cheguem a toda a população, o que exige investimentos em conectividade e em capacitação digital. Nesse contexto, o SESI tem avançado no desenvolvimento da sua Estratégia de Saúde Digital, que busca transformar essa oportunidade em benefícios reais para os trabalhadores da indústria e seus dependentes”, afirma o superintendente do SESI, Emmanuel Lacerda.

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