A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está liderando duas iniciativas do Ministério da Saúde para ampliar a atenção à menopausa no Brasil. O Manual do Climatério, diretriz nacional publicada em 2008, será alterado e o curso Cuidado da Saúde durante a Transição para Menopausa e Pós-Menopausa na Atenção Primária à Saúde (APS) está sendo oferecido gratuitamente a profissionais da área.
De acordo com a Fiocruz, 82% das brasileiras na faixa etária da transição para a menopausa e pós-menopausa apresentam sintomas que comprometem a qualidade de vida. “Entre essas pessoas, destaca-se a menopausa precoce, quando a perda das funções ovarianas ocorre antes dos 40 anos, um fenômeno que afeta diretamente milhões de brasileiras e que exige atenção especializada para minimizar impactos físicos, emocionais e sociais”, frisa o comunicado da instituição.
Com lançamento previsto para novembro, a nova versão do Manual do Climatério vai contar com 16 capítulos – três a mais do que na edição publicada em 2008. “Além de detalhar as condutas clínicas, trará recomendações para o cuidado de populações minorizadas, como mulheres indígenas, em situação de vulnerabilidade e outras especificidades de saúde”, explica Maria Teresa Massari, analista de Gestão da Coordenação de Ações Nacionais e de Cooperação do IFF/Fiocruz. A elaboração do material está sendo feita em parceria com diferentes organizações voltadas à saúde.
Em paralelo, o curso oferecido a profissionais de saúde conta com cinco módulos, que englobam aspectos históricos e epidemiológicos, orientações práticas sobre diagnóstico, terapias disponíveis no SUS e estratégias de acompanhamento em situações de risco. Também há capítulos dedicados a condições específicas, como rastreio ao câncer de mama, HIV e saúde da população LGBTQIAPN+.
As duas iniciativas vão além das informações sobre saúde física, abordando também efeitos sociais. “Ao terem suas necessidades reconhecidas e atendidas pelos profissionais de saúde, as mulheres desenvolvem maior confiança para enfrentar os desafios dessa fase, tanto na vida pessoal quanto no mercado de trabalho”, frisa Maria Teresa.
Fonte: Galileu
