O Ministério da Saúde informou, nessa quarta-feira (4), que o Brasil ultrapassou a marca de 30 mil transplantes de órgãos e tecidos em um ano. Em 2024, foram realizados 30,3 mil procedimentos, sendo o de córnea o mais comum, com mais de 17 mil procedimentos.
No total, 85% dos procedimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os demais órgãos mais transplantados em 2024 foram: rim, com mais de 6 mil; medula óssea, com mais de 3 mil; e fígado, com mais de 2 mil.
Mais de 48 mil voos foram realizados para transportar os órgãos.
“Eu sou absolutamente convencido de que um hospital, quando ele consegue fazer um transplante complexo, melhora o hospital inteiro”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Apesar do aumento no número de transplantes de órgãos, a fila de espera conta com 78 mil pessoas aguardando uma doação.
“As medidas que estamos anunciando reduzem o tempo de espera para quem aguarda um transplante. Ao qualificar um hospital para realizar o procedimento, ele tem que ter um laboratório muito bom, uma UTI muito boa”, destacou Alexandre Padilha.
Durante a coletiva de imprensa, foram apresentados os avanços de 2025. Apenas 55% das famílias entrevistadas autorizaram a doação de órgãos, o que foi considerado um desafio pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes, Patrícia Freire, será lançado o Programa de Qualidade em Doação para Transplante (Prodot), que visa a monitorar as equipes responsáveis pelas entrevistas com familiares. O projeto contará com a parceria da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).
Tecnologias e avanços
Em relação aos novos transplantes oferecidos pelo SUS, pacientes com falência intestinal irreversível terão 100% do tratamento pelo sistema público. Outra novidade é a incorporação do transplante de membrana amniótica para o tratamento de queimaduras, o que, segundo o Ministério da Saúde, reduz o tempo de cicatrização, a ocorrência de infecções e a dor.
Um dos próximos passos também é ampliar a realização de transplantes nas regiões Norte e Nordeste do país. Outro avanço em estudo é a produção de órgãos suínos geneticamente modificados para uso em humanos.
O Ministério da Saúde também irá expandir o uso da prova cruzada virtual, que permite avaliar a probabilidade de rejeição ao órgão doado por meio de uma tecnologia digital. O exame já é realizado em São Paulo, Rio Grande do Sul, Piauí e Pernambuco.
Fonte: Metrópoles