Pesquisadores americanos desenvolveram um microchip que pode identificar várias doenças a partir de uma tosse ou de uma amostra do ar ambiente. A novidade pode ser produzida em escala e a ideia é que, no futuro, os testes possam ser feitos por qualquer pessoa em qualquer lugar, como dizem os autores do estudo em um artigo publicado na revista científica Nanoscale.
“Os microchips, a espinha dorsal dos smartphones, computadores e outros dispositivos inteligentes, transformaram a maneira como as pessoas se comunicam, se divertem e trabalham”, disse Elisa Riedo, professora de Engenharia Química e Biomolecular na Universidade de Nova York, em comunicado. “Da mesma forma, hoje, nossa tecnologia permitirá que os microchips revolucionem a área da saúde, desde o diagnóstico médico até a saúde ambiental”.
Tecnologia dos microchips
Usando a tecnologia de transistores de efeito de campo (FETs), o chip consegue converter interações biológicas em sinais elétricos. Os sensores FETs, baseados em materiais em escala nanométrica (a nível de átomos e moléculas, como óxido de índio e grafeno), identificam traços de doenças em concentrações extremamente baixas. A precisão do dispositivo é de até 3 attomolar (aM) – uma fração decimal do mol.
Contudo, a funcionalidade do chip era limitada pela dificuldade de detectar múltiplos patógenos simultaneamente. Para resolver esse desafio, os cientistas incorporaram a litografia por sonda térmica (tSPL), uma técnica de nanofabricação capaz de modificar a superfície dos FETs com precisão.
Em testes, sensores FETs desenvolvidos com o tSPL detectaram com alta especificidade proteínas spike do SARS-CoV-2 e partículas virais de influenza A mesmo em quantidades mínimas.
Esses dispositivos prometem ser a base de diagnósticos portáteis que poderão ser usados em hospitais, residências e até mesmo em edifícios inteligentes.
Fonte: Galileu