ARACAJU/SE, 30 de janeiro de 2025 , 20:05:58

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Controlar pressão arterial pode prevenir demência, diz estudo

 

O controle intensivo da pressão arterial por três anos e meio pode reduzir significativamente o risco de declínio cognitivo leve ou demência mesmo anos após o fim do tratamento da hipertensão. É o que diz um novo estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Wake Forest, Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e publicado no último dia 21 na revista científica Neurology.

O trabalho — chamado “Sprint Memory and Cognition in Decreased Hypertension (SPRINT MIND)” — envolveu 9.361 participantes a partir de 50 anos em mais de 100 clínicas nos Estados Unidos e Porto Rico. Os participantes foram aleatoriamente designados para uma meta de pressão arterial sistólica de menos de 120 mmHg (tratamento intensivo) ou menos de 140 mmHg (tratamento padrão).

Os participantes foram acompanhados por uma média de sete anos e tiveram suas cognições avaliadas através de consultas presenciais e por telefone. A partir dessa análise, eles foram classificados em três categorias: sem comprometimento cognitivo, comprometimento cognitivo leve ou provável demência.

Os pesquisadores descobriram que aqueles que estavam no grupo de tratamento intensivo tiveram uma menor taxa de comprometimento cognitivo leve e uma taxa combinada menor de comprometimento cognitivo leve ou provável demência.

“Descobrimos que o grupo de tratamento intensivo teve uma incidência sustentada menor de desenvolvimento de comprometimento cognitivo em comparação com aqueles no grupo de tratamento padrão”, diz David M. Reboussin, professor de bioestatística e ciência de dados na Escola de Medicina da Universidade Wake Forest e autor correspondente do estudo, em comunicado à imprensa.

Descoberta reforça achados anteriores

As últimas descobertas do estudo SPRINT MIND corroboram com resultados encontrados em trabalhos anteriores. Em 2015, o estudo SPRINT mostrou que o controle intensivo da pressão arterial reduziu a doença cardiovascular e diminuiu o risco de morte em 30% a 40% em pessoas com hipertensão.

O SPRINT foi interrompido precocemente devido ao sucesso do estudo na redução da doença cardiovascular. Como resultado, os participantes ficaram em tratamento intensivo de redução da pressão arterial por um período mais curto do que o planejado originalmente.

Na época, os autores concluíram que o tempo mais curto tornou difícil determinar com precisão o papel do controle intensivo da pressão arterial em casos de demência.

Em 2019, os resultados iniciais do SPRINT MIND mostraram que houve um risco significativamente reduzido de desenvolver comprometimento cognitivo leve por até cinco anos após os 3,3 anos iniciais do controle intensivo da pressão arterial.

Agora, as últimas descobertas do SPRINT MIND mostraram a mesma redução significativa no risco de declínio cognitivo observada anteriormente. Porém, o diferencial do novo estudo é que essa redução foi observada em um período mais longo, de pelo menos sete anos.

“Nosso estudo mostra que o controle intensivo da pressão arterial é uma estratégia importante na prevenção do comprometimento cognitivo, uma das principais causas de perda de independência em adultos mais velhos”, diz Jeff Williamson, professor de gerontologia e medicina geriátrica na Wake Forest University School of Medicine. “Reduzir sua pressão arterial para alvos mais agressivos pode melhorar a qualidade de vida e estender a vida ativa de indivíduos com hipertensão”, completa.

Fonte: CNN Brasil

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