O Brasil apresentou à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) um pedido para reconhecer a certificação internacional de eliminação da transmissão vertical do HIV, ou seja, de mãe para filho. A entrega do pedido foi feita no Rio de Janeiro, durante um congresso sobre HIV e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Segundo o Ministério da Saúde, apesar do crescimento de pessoas com HIV na população geral, a taxa de transmissão vertical ficou abaixo de 2% em 2023. A incidência de HIV em crianças também caiu, atingindo menos de 0,5 caso por mil nascidos vivos — critérios técnicos que atendem aos parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a certificação.
Durante o evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância simbólica do momento. “Essa conquista é fruto do trabalho incansável de profissionais da saúde, estados, municípios e da reconstrução do SUS”, ressaltou.
Melhora da testagem do HIV
O fim da transmissão vertical está entre as metas do programa Brasil Saudável, que engloba também o fim das infecções de mãe para filho de outras doenças, como sífilis, hepatite B, doença de Chagas e HTLV, até 2030.
Em 2023, a cobertura de pré-natal com pelo menos uma consulta superou 95%. O mesmo índice foi alcançado na testagem de gestantes e no tratamento das que vivem com HIV.
Na testagem, destaca-se como medida recente a adoção de testes rápidos do tipo duo, que identificam HIV e sífilis simultaneamente. A medida agiliza o diagnóstico durante o pré-natal.
A taxa de mortalidade por aids também apresentou queda na população geral. Foram 3,9 óbitos por 100 mil habitantes no último ano, o menor índice registrado desde 2013. O Ministério da Saúde credita os resultados à integração de ações e ao fortalecimento da rede pública.
Fonte: Metrópoles