No final de 2023, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a incorporar a vacina para dengue em seu calendário vacinal. Hoje, essa é a ferramenta mais eficaz para combater novas infecções, mas, por enquanto, a baixa disponibilidade de insumos e as limitações da indústria impedem que ela seja disponibilizada para todos.
No Brasil, existem duas vacinas aprovadas contra esse patógeno, a Qdenga, produzida pela farmacêutica japonesa Takeda, e a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi-Pasteur. Devido à contraindicação da segunda para pessoas que nunca tiveram a infecção, apenas o imunizante japonês está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Quem pode tomar a vacina da dengue?
Para 2025, o Ministério da Saúde comprou 9,5 milhões de doses da vacina produzida pela Takeda, cerca de 90% de toda a produção da farmacêutica. Devido a essa limitação de produção e à necessidade de duas doses para completar a imunização, pouco menos 5 milhões de pessoas poderão ser vacinadas.
No SUS, a vacina é disponibilizada apenas para crianças de 10 a 14 anos, faixa etária com maior risco de hospitalização. Além disso, as doses são distribuídas com prioridade para as regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos.
A expectativa é que a vacina produzida pelo Butantan possa garantir a demanda para proteger a população. Em dezembro, o Instituto pediu o registro na Anvisa e, em caso de aprovação, 100 milhões de doses poderão ser distribuídas até 2027, um milhão delas já em 2025.
Em 2024, 6,4 milhões de doses foram distribuídas, mas 3,7 milhões foram aplicadas. Entre as razões para um numero tão grande de doses estarem paradas estão o desconhecimento do público e a baixa adesão à segunda dose — que, segundo os especialistas, devem ser tomadas mesmo por quem perdeu o prazo.
Apesar dessa limitação, pessoas que tiverem interesse em receber a imunização podem procurar o setor privado. As doses saem por algo entre 350 reais e 500 reais e são indicadas para indivíduos de 4 a 60 anos, no caso da Qdenga (duas doses com intervalo de três meses), ou de 6 a 45 anos, no caso da Dengvaxia (três doses com intervalo de seis meses).
Fonte: VEJA