Diferente do que pensa o senso comum, a síndrome de Down não é uma doença e sua causa está estritamente ligada à geração da vida no útero. Durante a formação, a criança recebe genes do pai e da mãe, que formam os pares de cromossomos. Em alguns casos o par de número 21 recebe um cromossomo a mais, o que causa a síndrome.
De acordo com a obstetra da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), Alba Patrícia Mello, o que acontece é que em muitos casos, as crianças com Down podem desenvolver doenças que estão associadas à má formação. “Existem diferentes níveis da síndrome e cada um deles vai estabelecer qual a condição da saúde de uma criança. Tem os níveis mais leves, mas também existem aqueles que são mais intensos e que podem acarretar algumas mudanças na saúde da pessoa com Down”, explica.
A obstetra explica ainda que pais e mães não precisam se preocupar, pois as crianças podem desenvolver suas atividades normalmente e ocupar cargos de destaque na vida adulta. “Muitas famílias acreditam que a síndrome incapacita as pessoas de realizar tarefas, quando na verdade elas são altamente capazes e extremamente inteligentes”, destacou Alba Patrícia.
Na MNSL, as mães de filhos com síndrome de Down recebem acompanhamento já nas primeiras horas do parto. Segundo a coordenadora do Complexo Neonatal da maternidade, Thereza Azevedo, uma equipe multidisciplinar se encarrega de cuidar dos bebês. “Nos casos de crianças com a síndrome, diversos profissionais se encarregam de tirar as dúvidas da mãe, além de dar apoio à família. Para isso, nós contamos com uma equipe de psicólogos, fonoaudiólogos, serviço social, nutrição, cardiologistas, entre outros profissionais”, explicou a coordenadora.
Segundo a pediatra Andrea Andrade, o tratamento na maternidade é igual para todas as crianças. Entretanto, por terem algumas limitações, os bebês com a síndrome passam por avaliações médicas que garante uma alimentação correta. “Além de todos os procedimentos médicos, nós também o encaminhamos para o fonoaudiólogo para perceber se o bebê tem dificuldade na sucção do leite materno. Isto porque, por terem uma boca um pouco menor, alguns sentem dificuldade em se alimentar”, destaca a pediatra.
Em alguns casos, as mães recebem apoio psicológico enquanto estão internadas na Lourdinha. Segundo a psicóloga Kátia Albuquerque, a conversa é para mostrar que a criança com síndrome de Down é capaz de ter uma rotina igual a de qualquer outra criança. “Muitas mães ficam com receio dos filhos sofrerem com preconceito ou até mesmo de não desenvolverem uma vida como a das outras pessoas. Nosso trabalho é mostrar que todo o desenvolvimento da criança vai depender do carinho, do amor e do incentivo que ela recebe em casa”, ressalta a psicóloga.
Fonte: ASN