Antes de uma pessoa sofrer um ataque cardíaco, derrame ou insuficiência cardíaca, provavelmente ela apresentava alguns fatores de risco que indicavam a maior chance de ter esse problema de saúde. É o que revela um estudo publicado no The Journal of the American College of Cardiology, na última segunda-feira (29).
A pesquisa foi liderada pela empresa Northwestern Medicine, baseada em Chicago, e pela Universidade Yonsei, na Coreia do Sul. A equipe analisou os exames de saúde de aproximadamente 9 milhões de coreanos e 7 mil americanos. As evidências sugerem que as pessoas recebem sinais de alerta da saúde antes de sofrerem com um ataque cardíaco.
“Acreditamos que o estudo mostra de forma muito convincente que a exposição a um ou mais fatores de risco não ideais antes desses resultados cardiovasculares é de quase 100%”, disse Philip Greenland, professor de cardiologia e autor do estudo, em comunicado. “O objetivo agora é trabalhar mais arduamente para encontrar maneiras de controlar esses fatores de risco modificáveis, em vez de se desviar do caminho e perseguir outros fatores que não são facilmente tratáveis e não são causais”.
Quais são os sinais de alerta?
Os principais fatores de risco cardiovascular definidos pelos pesquisadores foram alterações na pressão arterial, colesterol alto, açúcar no sangue e tabagismo. Usando como referência os dados da American Heart Association, a equipe identificou alguns valores alterados que serviram como sinais de alerta em indivíduos que desenvolveram Doença Arterial Coronariana (DAC), Insuficiência Cardíaca (IC) e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Pressão arterial com valores iguais ou maiores que 120/80 mmHg pode indicar um fator de risco. Além disso, colesterol sendo igual ou maior que 200 mg/dL, glicemia em jejum com valores iguais ou maiores que 100 mg/dL e uso de tabaco são indicativos de problemas de saúde, podendo levar ao desenvolvimento de DAC, IC e AVC.
Os pesquisadores também avaliaram valores clinicamente utilizados para diagnosticar doenças, sendo eles, pressão arterial maior ou igual a 140/90, colesterol igual ou acima de 240, glicose com valores iguais ou maiores que 126 e o tabagismo. Foram avaliados os exames de saúde dos participantes durante duas décadas.
A equipe analisou os exames feitos pelos participantes ao longo dos anos — check-ups regulares que mediam pressão, colesterol, glicose e perguntavam sobre tabagismo. Dessa forma foi possível avaliar o histórico de saúde das pessoas antes de qualquer uma delas apresentar um problema cardiovascular como infarto.
Como resultado, em mais de 99% dos casos analisados as pessoas apresentaram pelo menos um fator de risco antes de desenvolverem insuficiência cardíaca, derrame ou doença coronariana. Em mais de 93%, os indivíduos apresentaram dois ou mais fatores de risco antes de ter algum problema cardiovascular.
Na Coreia do Sul, mais de 95% dos pacientes foram afetados por fatores como pressão alta ou hipertensão e nos EUA, mais de 93%. Considerado um grupo de menor risco, mulheres com menos de 60 anos apresentaram pelo menos um sinal de alerta antes de ter um problema cardiovascular. O padrão se manteve para pessoas que tinham alterações elevadas nos exames de saúde — antes do primeiro problema cardiovascular, 90% dos pacientes exibiram pelo menos um fator de risco.
Fonte: GALILEU