Seguras e eficazes, as vacinas são a principal ferramenta de prevenção de doenças causadas por vírus e bactérias. Responsáveis por estimular o desenvolvimento de anticorpos contra uma série de enfermidades, elas aumentam a imunidade do organismo, além de promover mais saúde, bem-estar e qualidade de vida. O Governo de Sergipe alerta que é apenas com a imunização que se pode aproveitar esses benefícios, que contemplam não só quem se vacina, mas toda a população.
A cobertura vacinal no estado, no entanto, tem enfrentado desafios no caso de doenças como a Covid-19, baixa adesão que pode gerar efeitos negativos individuais e coletivos. Até agosto deste ano, a cobertura da vacina monovalente, por exemplo, administrada em três doses, estava em 57,2% no estado. Já a cobertura do imunizante manejado em quatro doses foi de 17,56%. O cenário é mais preocupante entre as crianças menores de 1 ano, das quais, até o último mês de maio, só 6,5% haviam sido vacinadas contra a Covid-19. O resultado abaixo do esperado ocorre apesar da distribuição em condições e quantidade adequadas aos municípios pela gestão estadual, conforme o Programa Nacional de Imunização (PNI).
Um dos principais desafios para o avanço dos índices vacinais de Sergipe é a desinformação. De acordo com a médica sanitarista e pediatra do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), Márcia Estela, informações falsas que circulam na internet inibem a adesão aos imunizantes. “As vacinas são testadas e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa], ou seja, funcionam e são seguras, e devem ser tomadas. Mentiras nas redes sociais, como efeitos adversos não existentes, têm afastado muitos pais e pacientes dos postos de vacinação”, afirma.
Márcia Estela destacou que reações ocasionadas pelo imunizante costumam ter grau muito leve e variam segundo a suscetibilidade de cada um aos componentes da vacina. “A vacina da gripe, por exemplo, muitas pessoas não vão sentir nada, enquanto algumas terão uma pequena dor no local de aplicação, outras vão ter um pequeno mal-estar. É normal”, sublinha. Ela ressalta, porém, que os efeitos positivos a longo prazo são muito superiores aos momentâneos, protegendo a saúde de quem se vacinou e de quem está ao seu redor.
Público infantil
A atenção ao calendário vacinal deve ser redobrada no caso de crianças. É nos primeiros anos de vida que a vulnerabilidade a doenças é maior, já que os mecanismos de defesa do corpo estão em fase muito inicial de desenvolvimento. Por isso, os imunizantes são cruciais para o desenvolvimento saudável e seguro do público infantil, cujo acesso a proteções contra doenças como sarampo, meningite e febre amarela tem diminuído no país.
A estudante de Direito Laila Falcão, mãe de Davi Lucas, de apenas 4 meses, sabe bem da importância da imunização infantil. Ela conta que segue o calendário vacinal com rigor para assegurar a saúde do filho. “Trouxe Davi ao Ipesaúde para tomar a vacina contra o rotavírus. A gente tem que prezar pela vida do nosso bebê. Presto atenção nas datas para ele ser imunizado dentro do cronograma”, enfatiza.
Ela lembra que, ao vacinar uma criança, todas as outras ao redor dela são protegidas, também. “Às vezes, ficamos com receio, pensando se o pequeno vai sentir dor, mas é algo extremamente importante, não só para o seu bebê. Vai para a escolinha, para a creche e pode infectar os coleguinhas. Não é só pelo seu filho, mas, também, pelo filho dos outros”, explica.
Até maio deste ano, em Sergipe, a cobertura do imunizante tomado por Davi Lucas contra o rotavírus estava em 79,9%, inferior ao patamar de universalização. É dever dos pais e responsáveis assegurar à criança o direito da vacinação. “Até os 5 anos, é preciso que façamos todo um calendário vacinal completo para proteger essas crianças por toda sua vida”, detalha a médica Márcia Estela.
Controle e estratégia
Responsável pelo Programa Estadual de Imunização, o Governo de Sergipe recebe os imunizantes do Ministério da Saúde, armazena e os distribui aos municípios do estado, a quem cabe administrá-los na população. A gestão estadual também oferece orientação, capacitação, consultoria e assistência técnica às cidades sergipanas. O objetivo é manter o diálogo próximo junto aos gestores municipais e garantir a operacionalização das estratégias de vacinação.
Para que os imunizantes cheguem aos locais de aplicação de forma adequada, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) adota um controle rigoroso. Gerenciadas para que atendam todos os municípios e não passem do prazo de validade, as vacinas são guardadas na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológico (Ceadi), em Aracaju, em temperaturas que variam de 2 a 8 °C. Já os imunizantes contra a Covid-19 ficam em freezers científicos em uma temperatura de -90 °C, devido a particularidades de sua composição.
A gerente de Imunização da SES, Ilani Paulina, detalha que, além de realizar o controle da cobertura vacinal no estado, a Ceadi também ouve e atende demandas dos municípios para ampliar a disponibilidade dos imunizantes. “O que a gente não quer é que tenha falta em um território. Por exemplo, no mês de outubro, realizaremos ações de intensificação para atualizar a carteirinha vacinal dos menores de 15 anos. É uma demanda não programada, mas que atendemos”, ressalta.
Confira o calendário de vacinação para cada fase:
Fonte: Secom