Neste dia 27 de julho, celebramos o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. A Associação dos Amigos da Oncologia – AMO – se soma à campanha do “Julho Verde”, reforçando o movimento de alertar a população sobre a doença, seus fatores de risco e a crucial importância do diagnóstico precoce, que pode salvar vidas.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA -, o câncer de cabeça e pescoço atinge toda a cavidade oral, a faringe, laringe e a tireoide. Ele representa um grupo significativo de neoplasias (crescimento anormal e descontrolado de células em um tecido ou órgão do corpo) e ocupa hoje as posições mais altas de incidência no Brasil, tanto em homens quanto em mulheres.
Em 2024, a AMO recebeu, ao todo, 725 casos novos de pacientes oncológicos. Desse total, 52 foram de câncer de cabeça e pescoço, sendo 24 casos de câncer de cavidade oral (11 de língua – 4 de palato mole – 4 de boca – 1 de lábio – 2 de glândula parótida – 1 de glândula salivar e 1 de amígdala), 15 de câncer na laringe, 10 de câncer na faringe e 3 de câncer de tireoide, representando aproximadamente 7% do total de casos.
SINAIS DE ALERTA E SINTOMAS
Embora os sintomas do câncer de cabeça e pescoço possam variar bastante conforme a localização exata do tumor, alguns sinais comuns devem sempre servir como um alerta e motivar a busca por um especialista. Um dos principais sinais é o surgimento de feridas na boca ou na língua que não cicatrizam em 15 dias, especialmente se sangrarem ou incharem.
Outros indicadores importantes incluem dificuldade ou dor ao engolir (disfagia), a sensação de “algo parado” na garganta, rouquidão persistente por mais de duas semanas e o aparecimento de nódulos ou inchaços no pescoço, que geralmente são indolores ao toque. Além disso, dor de garganta persistente que não melhora com tratamentos habituais e dor no ouvido unilateral sem associação a infecções e que dura por muito tempo, também merecem atenção.
FATORES DE RISCO
A grande maioria dos casos deste tipo de câncer está ligada a fatores de risco bem conhecidos e, felizmente, muitas vezes evitáveis. O tabagismo é o principal potencializador, com o consumo de cigarros, charutos, cachimbos e outros produtos do tabaco aumentando drasticamente as chances de desenvolver a doença. O consumo excessivo de álcool também é um fator relevante, fazendo com que a combinação entre álcool e tabaco seja ainda mais nociva.
Outros fatores de risco envolvem a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) – o que reforça a importância da vacinação como uma medida preventiva crucial -, a exposição solar excessiva, que pode ocasionar no desenvolvimento de um câncer de lábio, e a má higiene bucal e próteses dentárias mal adaptadas, que ao irritar cronicamente a mucosa, favorecem o desenvolvimento de lesões pré-malignas e malignas.