Às vésperas da celebração do Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, o Ministério da Saúde apresentou dados sobre o controle do vírus HIV, causador da doença, no Brasil e informou que planeja solicitar a certificação de país livre da transmissão do vírus da mãe para o bebê (transmissão vertical) para a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no próximo ano.
A pasta informou que o Brasil conseguiu fazer avanços no objetivo de retirar as infecções pelo vírus da lista de problemas de saúde pública e alcançou metas globais da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2023, foram diagnosticadas 96% das pessoas estimadas da população que vive com o HIV, mas não sabia, segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e a aids (Unaids) calculados a partir de pacientes diagnosticados.
Atualmente, além dos 96% cientes de sua condição sorológica, o país tem 82% desses pacientes em tratamento antirretroviral e 95% deles com o vírus intransmissível (supressão viral). A ONU estabelece 95% de alcance em cada uma dessas metas.
“O Brasil subiu seis pontos percentuais na meta de diagnóstico das pessoas vivendo com HIV, passando de 90% em 2022 para 96% em 2023. Com isso, é possível afirmar que o Brasil cumpre duas das três metas globais da ONU com dois anos de antecedência”, informou, em nota, o ministério.
Transmissão vertical do HIV
Também no ano passado, o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) se uniu ao Departamento de Doenças Transmissíveis (DEDT) para iniciar a atualização do Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de doenças como sífilis, hepatite B e doença de Chagas, além do HIV.
Com base na adoção de diretrizes desse guia, a pasta estima que será possível solicitar a certificação à Opas relacionada ao fim da transmissão vertical em 2025.
A infecção pelo vírus HIV está entre os problemas que são alvo de ações do programa Brasil Saudável, que tem como foco a eliminação de doenças socialmente determinadas como problemas de saúde pública até 2030.
Menos mortes e mais infecções na América Latina
O número de mortes por Aids está em queda na América Latina, com redução de 28% entre 2010 e 2023. Mas as infecções continuam aumentando, com incremento de 9% e totalizando 120 mil novos casos no ano passado.
“O aumento de novas infecções por HIV desde 2010 na América Latina, especialmente em populações-chave como homens que fazem sexo com homens, mulheres transgênero e profissionais do sexo, nos mostra que não podemos baixar a guarda”, disse, em nota, Jarbas Barbosa, diretor da OPAS.
Para as celebrações do Dia Mundial de Luta contra a Aids, a entidade lançou a campanha “Melhor com PrEP” para incentivar a ampliação da oferta da Profilaxia Pré-Exposição como política de saúde pública, a exemplo do que já ocorre no Brasil.
Segundo a Opas, neste ano, 24 dos 33 países da América Latina e do Caribe adotaram a medida preventiva totalizando mais de 160 mil pessoas beneficiadas. No entanto, a meta é alcançar 2,3 milhões de pessoas na região.
Fonte: VEJA