Da redação AJN1
O Conselho Regional de Medicina de Sergipe (Cremese) apresentou hoje (23) o resultado de fiscalizações feitas em diversas maternidades espalhadas pelo estado de Sergipe, a exemplo da Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), Hospital Santa Isabel e nos Hospitais Regionais de Estância, Itabaiana e Nossa Senhora do Socorro. E a análise não é muito tragável.
De acordo com o corregedor do Cremese, Hyder Aragão, a rede de maternidade não está funcionando como deveria. “Fiscalizamos as maternidades de Sergipe e encontramos um cenário já denunciado há mais de um ano: a rede de maternidade do Estado não está funcionando como deveria. Algumas unidades funcionam e outras parcialmente, por isso, há superlotação em determinadas maternidades, como a Nossa Senhora de Lourdes. Para nós isso é problema de gestão”, sentencia.
Hyder Aragão foi enfático ao reafirmar que o problema das superlotações nas maternidades é por falta de gestão. “A MNSL foi construída para atender gestantes de alto risco, mas atende de tudo. Quando o Santa Isabel fecha, com frequência, as mulheres acabam procurando a Nossa Senhora de Lourdes. Por isso fica essa superlotação. Não adianta o Estado dizer que algumas maternidades não funcionam por falta de médicos porque não é. Falta é gestão”, declara.
Exemplo
O corregedor citou como exemplo a maternidade de Nossa Senhora do Socorro como exemplo. Segundo ele, a unidade tem uma boa estrutura, tem equipe suficiente, equipamentos modernos, mas não atende o volume de pacientes que deveria.
“A maternidade localizada no município de Socorro tem tudo para ser uma unidade excelente, mas não atende a quantidade de gestantes que deveria e não entendemos por que isso. Se tem equipe, estrutura e equipamentos, por que os atendimentos são menores? É isso que o Conselho quer saber”, questiona.
Relatórios
Os resultados das fiscalizações serão levados para o Ministério Público Estadual (MPE) e o Cremese ajuizará uma Ação Civil Pública (ACP) contra o Estado, como explica Hyder.
“Os documentos serão levados ao Ministério Público e ajuizaremos uma ACP contra o Estado porque ele precisa apresentar uma solução. A rede de maternidade não pode continuar assim”, conclui o corregedor do Cremese.
FHS Rebate
A diretora Operacional da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Marcia Guimarães, não concordou muito com o relatório da Cremese. Para ela, a rede de maternidade funciona, porém tem um problema de fluxo e demanda espontânea.
“A Nossa Senhora de Lourdes já tem um número insuficiente de leitos para atender as gestantes de alto risco e ainda recebe as pacientes de baixo risco. Há um grande déficit em Aracaju de leitos e quando o Santa Isabel fecha, porque não comporta a demanda, as mulheres vão para Nossa Senhora de Lourdes. Então, a rede funciona, sim, mas tem um problema de fluxo e demanda espontânea”, afirma.