Após a aprovação do registro da vacina contra chikungunya pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde informou, nessa segunda-feira (14), que vai solicitar a sua incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS). O pedido será encaminhado à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) “para adoção das medidas imediatas necessárias para dar seguimento à avaliação da oferta do novo imunizante na rede pública de saúde”.
A expectativa é que, uma vez aprovada e com capacidade produtiva, a vacina seja incorporada ao calendário nacional de vacinação, fortalecendo as ações de combate à doença no Brasil.
A vacina contra chikungunya foi desenvolvida pelo laboratório Valneva, em parceria no Brasil com o Instituto Butantan.
A chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, também vetor da dengue e da zika. A doença causa febre alta e dores intensas nas articulações, podendo evoluir para dor crônica em alguns casos. O vírus foi introduzido no Brasil em 2014 e atualmente todos os estados registram casos. Até 14 de abril deste ano, o Brasil registrou 68,1 mil casos da doença, com 56 óbitos confirmados.
Esta é a primeira vacina autorizada contra a doença, que pode causar dor crônica nas articulações e afetou 620 mil pessoas no mundo só em 2024. Os países com mais casos da doença são Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia.
Estados Unidos e UE
O mesmo imunizante contra a chikungunya já recebeu aprovação nos Estados Unidos e na União Europeia (UE). A vacina foi avaliada nos Estados Unidos em 4 mil voluntários de 18 a 65 anos, tendo apresentado um bom perfil de segurança e alta imunogenicidade (ou seja, grande capacidade de produzir anticorpos contra a infecção).
De acordo com resultados do estudo-clínico publicado na revista científica The Lancet, 98,9% dos participantes do ensaio clínico produziram anticorpos neutralizantes, com níveis que se mantiveram robustos por ao menos seis meses.
Conforme o Instituto Butantan, o parecer favorável da Anvisa representa um importante passo na aprovação de uma segunda versão do imunizante, que já está em análise pela agência reguladora brasileira. As duas vacinas têm a mesma composição, mas uma delas terá etapas de fabricação brasileiras, com Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), o principal componente da vacina, internacional. Com esse “capítulo” brasileiro na linha de produção, os custos do antígeno devem baixar, o que facilita a inclusão do imunizante no calendário de vacinação brasileiro.
Fonte: O Globo