O número de mortes por câncer de próstata vem apresentando aumento contínuo, segundo dados do Painel de Monitoramento de Mortalidade do Ministério da Saúde. Nos últimos dez anos, houve um crescimento de 21% na quantidade de óbitos em decorrência da doença, passando de 14.984 em 2015, para 17.587 em 2024, o equivalente a 48 mortes por dia, somente no último ano.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou, para o triênio 2023–2025, o surgimento de 71.730 novos casos de câncer de próstata no país a cada ano. Entre 2019 e 2024, Sergipe registrou 1.143 internações pela doença, com predominância na capital, Aracaju, que registrou um pico de 366 casos em 2024. A maioria dos pacientes (83%) tinha 60 anos ou mais, com destaque para a faixa etária de 70 a 79 anos. A taxa de mortalidade hospitalar variou entre 8,2% e 13,19%, totalizando 115 óbitos no período. Para 2025, a projeção é de 830 novos diagnósticos da doença no Estado, sendo 230 em Aracaju.
Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza a campanha Novembro Azul 2025, reforçando a importância do diagnóstico precoce — que pode elevar as chances de cura para mais de 90% — e incentivando os homens a buscarem avaliação médica individualizada.
A doença, silenciosa na fase inicial, geralmente só apresenta sintomas quando em estágio avançado. Entre os principais sinais de alerta estão: presença de sangue na urina ou no sêmen, dificuldade para urinar, jato urinário fraco ou interrompido, disfunção erétil e dores nos ossos ou na região inferior do abdome.
A resistência de muitos homens em procurar atendimento médico e o tabu em torno do exame de toque retal, continuam sendo obstáculos ao diagnóstico precoce, etapa essencial para o sucesso do tratamento.
“O Novembro Azul tem como foco o câncer de próstata, que infelizmente ainda vitimiza muitos homens diariamente. Mas este também é um mês para falar sobre saúde masculina de forma integral. Dados do Ministério da Saúde mostram que a cada meia hora um homem morre no Brasil em decorrência da doença, que é silenciosa, mas tem alto índice de cura quando descoberta precocemente. Por isso, nosso apelo é para que os homens busquem acompanhamento médico em qualquer época do ano”, destacou o vice-presidente e presidente interino da Sociedade Brasileira de Urologia/Seção Sergipe (SBU/SE), Weslley Santiago.
Durante todo o mês, os médicos urologistas associados à SBU/SE intensificam as ações de conscientização, tanto nos consultórios quanto em eventos e palestras, com o objetivo de esclarecer dúvidas e incentivar o diagnóstico precoce. À exceção do câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais incidente no sexo masculino em todos estados do Brasil, e na região Nordeste possui taxa de 73,2 casos a cada 100 mil homens.
Weslley Santiago ressaltou, ainda, que além da hereditariedade, os hábitos de vida são fatores determinantes para o surgimento da doença. Entre eles estão a ausência de atividade física regular, alimentação inadequada, consumo excessivo de ultraprocessados, obesidade, uso de álcool, cigarro e outras drogas, lícitas ou ilícitas.
Quando procurar o urologista?
A recomendação é que homens a partir dos 50 anos procurem o urologista anualmente. Já aqueles que fazem parte dos grupos de risco, a exemplo dos indivíduos com histórico familiar da doença, obesos ou afrodescendentes, devem iniciar o acompanhamento a partir dos 45 anos. Durante a consulta, o especialista realiza a anamnese clínica, o exame de toque retal e solicita a dosagem do Antígeno Prostático Específico (PSA). Caso os resultados indiquem suspeita de alteração, é feita a biópsia da próstata para confirmação diagnóstica.
Assessoria de Imprensa
