Você já percebeu uma sensação de tremor involuntário na pálpebra do olho? Esse fenômeno é conhecido como mioquimia palpebral, uma contração repetitiva e involuntária dos músculos das pálpebras, que ocorre na maioria das vezes sem maiores complicações. “Trata-se de uma condição comum, que não indica problemas graves na maioria dos casos”, afirma o médico oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira.
Em geral, o tremor ocorre devido a uma hiperatividade do nervo responsável pelo controle dos músculos da pálpebra, e fatores como cansaço e estresse são alguns dos principais gatilhos. O estresse, por exemplo, pode deixar o sistema nervoso mais sensível, ativando de forma involuntária o nervo facial, que controla os músculos da pálpebra. Além disso, alterações no sono e na alimentação podem contribuir para esse desconforto.
Mas o que mais pode estar por trás desse tremor? O consumo excessivo de cafeína ou álcool, privação de sono, cansaço ocular e deficiências nutricionais (como falta de magnésio e cálcio) também podem desencadear esse fenômeno. Além disso, condições como o olho seco e o uso de certos medicamentos, como antidepressivos e estimulantes, podem agravar o quadro.
Muitas pessoas confundem o tremor na pálpebra com o tremor no olho. No entanto, há uma diferença importante entre os dois. O tremor na pálpebra, como já mencionado, é um movimento involuntário e superficial, geralmente benigno e transitório. “O tremor no olho, por outro lado, é o nistagmo, um movimento involuntário do globo ocular, que pode estar relacionado a problemas neurológicos ou oftalmológicos mais graves”, explica Tiago.
Embora o tremor na pálpebra seja, na maioria das vezes, inofensivo, é importante estar atento a alguns sinais de alerta. Se o tremor persistir por mais de uma semana, for muito intenso ou ocorrer em ambos os olhos, é recomendado buscar orientação médica. Em casos raros, o tremor pode ser sintoma de condições mais graves, como blefaroespasmo, ou distúrbios neurológicos.
Como tratar esse desconforto?
De acordo com o oftalmologista, na maioria dos casos, o tremor desaparece sozinho, especialmente com o descanso e a redução do estresse. “Evitar longas horas diante das telas, fazer pausas regulares e usar colírios lubrificantes são algumas das medidas que podem ajudar”, afirma Tiago. Caso o problema persista, a aplicação de toxina botulínica (Botox) pode ser indicada, principalmente em casos de blefaroespasmo.
No dia a dia, pequenas mudanças podem aliviar o sintoma. Tiago sugere a aplicação de uma compressa morna sobre os olhos, o descanso ocular e a massagem suave na região da pálpebra para ajudar a relaxar a musculatura. Além disso, reduzir o consumo de cafeína e evitar o excesso de tempo em dispositivos digitais pode prevenir novos episódios.
Embora o tremor involuntário na pálpebra seja algo passageiro e muitas vezes benigno, é importante conhecer as causas e os cuidados que podem amenizar os sintomas. E, caso o problema persista, buscar orientação médica nunca é demais.
Fonte: Terra
