ARACAJU/SE, 4 de agosto de 2025 , 4:53:09

Pesquisa com 29 milhões de pessoas em quatro continentes aponta que poluição do ar aumenta risco de demência

 

A exposição prolongada à poluição do ar — em especial aquela gerada por veículos, processos industriais e queima de combustíveis fósseis — pode elevar significativamente o risco de demência em adultos. É o que aponta um amplo estudo internacional liderado por cientistas da Universidade de Cambridge, publicado na The Lancet Planetary Health.

A análise compilou dados de 51 estudos anteriores, envolvendo mais de 29 milhões de pessoas em quatro continentes. Os resultados mostram que certos poluentes estão fortemente ligados ao desenvolvimento de doenças — como Alzheimer e demência vascular — por provocarem inflamações e estresse oxidativo no cérebro. Entre os principais agentes estão:

– Material particulado fino (PM2,5): Cada aumento de 10 microgramas por metro cúbico representa um acréscimo de 17% no risco de demência.

– Dióxido de nitrogênio (NO₂): Associado a motores a diesel, eleva o risco em 3% a cada 10 microgramas por metro cúbico.

– Fuligem (black carbon): A cada aumento de 1 micrograma por metro cúbico, o risco de demência sobe 13%.

Solução?

Segundo os autores, a poluição deve ser tratada como um fator de risco modificável. Ou seja, possível de ser prevenido por meio de políticas públicas integradas entre saúde, urbanismo e meio ambiente.

O combate à demência não pode depender só da saúde pública. É uma questão que envolve planejamento urbano, transporte e legislação ambiental”, afirma Christiaan Bredell, autor principal do estudo, em comunicado.

Apesar do foco em países desenvolvidos, os cientistas alertam para a necessidade de mais dados em regiões de baixa e média renda — onde a exposição à poluição costuma ser maior. A expectativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que o número global de pessoas com demência, hoje em 57 milhões, quase triplique até 2050.

O estudo conclui que reduzir a poluição atmosférica pode ser uma das medidas mais eficazes de saúde pública a longo prazo, beneficiando o meio ambiente e protegendo a saúde mental das próximas gerações, conforme repercute o g1.

Fonte: Aventuras na História

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