O alprazolam é um medicamento comercializado com nomes como Frontal, Xanax e Aprax, e também em sua forma genérica. É um ansiolítico do grupo dos benzodiazepínicos e serve para tratar condições como crises de ansiedade, crises de pânico e insônia. Por ser um remédio de uso controlado, exige a apresentação de receita, que fica retida.
Benzodiazepínicos são medicamentos capazes de agir em várias partes do Sistema Nervoso Central (SNC). Promovem efeitos ansiolíticos, sedativos, relaxantes e anticonvulsivantes, além de efeitos amnésicos. As benzodiazepinas se ligam aos receptores GABA-A (ácido gama-aminobutírico), que desaceleram a atividade das células nervosas no cérebro. O resultado é uma sensação de calma e relaxamento.
Estudos em camundongos sugerem que, em um receptor GAB-A, a subunidade alfa-1 medeia os efeitos sedativos, amnésicos e atáxicos das benzodiazepinas, enquanto as subunidades alfa-2 e alfa-3 medeiam os efeitos ansiolíticos e relaxantes musculares. Além disso, pesquisas indicam que os receptores BNZ-1 afetam a sedação e a ação ansiolítica, enquanto os BNZ-2 influenciam o relaxamento muscular, a atividade anticonvulsivante, a memória e a coordenação motora.
Ou seja, o alprazolam mexe com todos esses efeitos, o que pode ser muito útil para tratar as doenças para as quais ele é recomendado. Mas também, em uma situação de uso descontrolado, pode ser perigoso.
Uso recreativo
É muito comum que o alprazolam seja usado de forma recreativa devido aos seus efeitos de desinibição, euforia e de ação ansiolítica. Isso se deve, em parte, ao seu fácil acesso: nos EUA, por exemplo, o Xanax é o medicamento psicotrópico mais comumente prescrito. E também à sua rapidez: ao tomar pílulas de alprazolam, os efeitos podem ser sentidos entre meia hora e duas horas, embora a substância fique no sistema por até 15 horas.
Algumas pessoas abusam do alprazolam tomando doses mais altas ou combinando-o com outras drogas ou álcool para alcançar o efeito desejado. Outras engolem várias pílulas e até mesmo consomem a droga por outras vias, como a injeção e a aspiração nasal.
O consumo excessivo de alprazolam pode levar a uma overdose e até à morte. Os sintomas de overdose incluem: confusão, batimentos cardíacos lentos, sonolência extrema, dificuldade para respirar, desmaio, perda de equilíbrio, fraqueza muscular e coma.
Pessoas que fazem uso contínuo de alprazolam também podem acabar ficando dependentes da medicação e demonstrar sintomas de abstinência caso passem longos períodos sem consumir. Esses sintomas podem incluir alucinações, insônia, ansiedade, sudorese, aumento dos batimentos cardíacos, tremedeira e até convulsões. Em casos extremos, essa abstinência também pode levar à psicose e à ideação suicida.
Devido a todos esses riscos, o alprazolam deve ser consumido apenas sob orientação médica, dentro do prazo e da frequência prescritos, não deve ser cedido a outras pessoas em nenhum caso e não pode nunca ser misturado com álcool. O remédio também não é recomendado para pessoas grávidas ou que tenham alergias a benzodiazepínicos. Consulte sempre seu médico antes de tomar qualquer medicamento.
Fonte: Revista Galileu