ARACAJU/SE, 6 de maio de 2025 , 20:26:57

SUS começa a oferecer novo exame para prevenir câncer de colo de útero

 

A partir de maio, o Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer um novo exame para prevenir o câncer de colo de útero de maneira mais precoce.

A auxiliar administrativo Luciene Fernandes demorou a fazer o papanicolau depois que teve filho, mas sabe como o exame é necessário.

“A gente acaba esquecendo de nós mesmos para cuidar dos outros e vai passando o tempo, mas isso é muito importante”.

O papanicolau é um exame que coleta células do colo do útero e detecta se há sinais de câncer ou de pré-câncer na região. O vírus HPV é o principal causador da doença. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 17 mil novos casos de câncer de colo do útero em 2025 no Brasil.

A partir deste maio, o SUS começa a fazer também um outro exame para prevenir câncer de colo de útero: é um teste molecular. Enquanto o papanicolau identifica células já com alterações no útero, este outro modelo age antes, no início do problema: identifica se a paciente tem HPV, mais precisamente o DNA do vírus. O Ministério da Saúde vai implementar o novo exame gradualmente.

“Nós vamos começar no estado de Pernambuco, que já vem trabalhando e já testou 27 mil mulheres até agora. A perspectiva é que, ao longo do segundo semestre de 2025, ele vá ganhando outros estados no país e vá podendo ter uma dinâmica ainda maior”, diz Mozart Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde.

Quando o teste estiver totalmente implementado no país, o intervalo entre os exames será maior.

“Estatisticamente, nós sabemos que fazer o teste de cinco em cinco anos, ele é mais efetivo para prevenção do câncer de colo e das lesões pré-cancerígenas do que fazer o papanicolau de dois em dois, ou de ano em ano. Então, nós vamos concentrar em acompanhar e tratar paciente que o HPV veio positivo. A que veio negativo vai fazer o exame de rotina de cinco em cinco anos”, explica Anderson Bruno, ginecologista da clínica ginecológica 3 da Santa Casa/ BH.

Para a paciente, a coleta na sala do ginecologista continua da mesma forma. A diferença é na análise do material.

“A detecção do papiloma vírus, como é o teste molecular, te dá alguns anos em caráter preventivo de adiantamento em relação a qualquer lesão que possa aparecer anos depois”, afirma Marcelo Soares, chefe do programa de Oncovirologia do INCA.

A professora do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Andrezza Vilaça, confirma em uma pesquisa o que já acontece com a aplicação do exame em outros países.

“De acordo com pesquisas mundiais, inclusive como uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), esse tipo de rastreamento é um rastreamento que, sendo organizado na população como um todo, vai nos proporcionar um cuidado maior para as pacientes que são portadoras do vírus e isso a gente consegue prevenir que elas evoluam ou que elas cheguem no estágio mais avançado da doença”.

Fonte: Jornal Nacional

 

Você pode querer ler também