Uma pesquisa feita pela plataforma de empregos Catho apontou que 63,3% das empresas não têm programas de inclusão, capacitação ou reconhecimento voltado para mães ou gestantes. Na outra ponta, só 15% dos profissionais entrevistados afirmaram que trabalham em empresas que têm programas específicos voltados a este público.
Além disso, a pesquisa indica que 36,9% dos entrevistados já viram líderes sendo resistentes a contratar ou promover mães e gestantes. O crescimento é de três pontos percentuais, se comparado a 2024.
Para Christiana Mello, diretora de Growth B2B Pequenas e Médias Empresas da Catho, os dados mostram a ausência de políticas estruturadas para apoiar essas profissionais no ambiente corporativo. Para ela, a inclusão vai além da contratação.
“É preciso criar um ambiente em que essas mães e profissionais possam se desenvolver em suas carreiras e equilibrar as responsabilidades pessoais, o que exige políticas mais efetivas e inclusivas”, afirma.
Flexibilização
Os benefícios mais apontados entre os entrevistados para promover a flexibilidade na inclusão de mães no mercado de trabalho são horários flexíveis (18,9%), salário-família (17,5%) e plano de saúde para dependentes (16,6%).
A adoção dessas políticas podem garantir à empresa maior diversidade em seu quadro de funcionários, o que poderá ser refletido nos números da empresa.
Políticas que promovam a inclusão nas empresas podem reverter em lucros para as companhias. Uma pesquisa da McKinsey & Company mostra que empresas com diversidade de gênero acima da média têm 25% mais chances de obter lucro.
Fuga da mão de obra
Outro dado da Catho que chama a atenção mostra que 60% das mães entrevistadas estão fora do mercado de trabalho.
Entre as empregadas, só 15% exercem função de liderança, e 38% afirmaram acreditar ou saber que ganham salários menores do que colegas em cargos semelhantes.
“Apesar dos recentes avanços no debate sobre diversidade e inclusão, as mulheres que são mães ainda sofrem com estigmas históricos que impactam diretamente suas carreiras, oportunidades de crescimento e renda”, afirma Carolina Tzanno, gerente sênior de RH da Redarbor, grupo dono da Catho.
A pesquisa aponta, ainda, que 83,7% das entrevistadas já foram questionadas sobre filhos mais de uma vez por recrutadores, apesar da pergunta ser considerada discriminatória e potencialmente ilegal no Brasil.
Fonte: InfoMoney