O Brasil tem o maior sistema público de saúde do mundo. O SUS assiste a cerca de 190 milhões de brasileiros, ou quase 76% da população brasileira. Isto representa a população de vários países ao redor do planeta.
Este monumental sistema tem desafios que ainda não foram superados e por isso alguns problemas persistem desde que foi criado com a Constituição de 1988. Por exemplo, hospitais e UPAS lotados, postos de saúde com falta de médicos e pessoal de enfermagem, falta de remédios de uso contínuo, má distribuição de profissionais da saúde nas regiões mais pobres, como o norte, nordeste e centro-oeste.
A pandemia da COVID mostrou a importância do SUS em face da sua capilaridade que alcança todos os municípios brasileiros, e bem ou mal, com todas as deficiências salvou muita gente.
Muitos apontam como um dos problemas a falta de recursos, entretanto penso que o problema maior está na gestão, pois o volume de compra de produtos e contratação de serviços poderia até mesmo gerar economia.
Importante a seriedade nos processos licitatórios e rigor nos processos para evitar corrupção e desvios de condutas de gestores e servidores, pois são fatos dessa natureza que aumentam o custo Brasil.
Um planejamento adequado e vontade política poderiam minorar a falta de médicos onde ninguém quer ir com a criação de cargos de médicos com carreira e salário digno e dedicação exclusiva ao serviço público, pagos pela União. Aliás, já foi assim um dia. Lembro quando era criança no interior como o médico era respeitado e vivia com dignidade.
O SUS ainda é a esperança para saúde do povo brasileiro sem grana para pagar planos de saúde cada vez mais caros, e outros, cada vez mais deficientes no atendimento quando tentam chegar às classes C e D.
A crise da COVID e a repercussão no emprego e renda da população brasileira impactou o mercado de saúde complementar, e muita gente tem desistido, por não poder pagar, dos planos de saúde, e hoje estão na fila do SUS.
Afinal, quem mantem o SUS são os impostos pagos pela sociedade brasileira, não é favor do Estado e muito menos dos governantes de plantão. Vida longa ao SUS.