ARACAJU/SE, 17 de janeiro de 2025 , 18:20:07

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A evolução do emprego em Sergipe

Apresentaremos neste breve ensaio algumas informações relevantes sobre a evolução do emprego em Sergipe no período de janeiro a novembro de 2024, com base em informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo CAGED) e do Cadastro Único (CadÚnico).

Cabe registrar que o CAGED constitui importante fonte de informação do mercado de trabalho de âmbito nacional e de periodicidade mensal. Foi criado como instrumento de acompanhamento e de fiscalização do processo de admissão e de dispensa de trabalhadores regidos pela CLT, com o objetivo de assistir os desempregados e de apoiar medidas contra o desemprego. A partir de 1986, passou a ser utilizado como suporte ao pagamento do seguro-desemprego e, mais recentemente, tornou-se, também, um relevante instrumento à reciclagem profissional e à recolocação do trabalhador no mercado de trabalho.

Já o Cadastro Único é um registro que permite ao governo saber quem são e como vivem as famílias de baixa renda no Brasil. Ele foi criado pelo Governo Federal, mas é operacionalizado e atualizado pelas prefeituras de forma gratuita. Ao se inscrever ou atualizar seus dados no Cadastro Único, as pessoas podem tentar participar de vários programas sociais. Cada programa tem uma exigência diferente, mas o primeiro passo é ter sempre seu cadastro atualizado. Qualquer família de baixa renda pode se cadastrar no CadÚnico.

De janeiro a novembro de 2024 em Sergipe foram admitidas 128.087 pessoas e foram demitidas 110.702 pessoas, resultando em um saldo líquido de 17.385 empregos. Deste total de empregos, 16.433 (95%) foram de pessoas oriundas do Cadastro Único, destacando que 13.479 (78%) empregos foram para pessoas que recebiam Bolsa Família.

Pelo apresentado fica evidenciada a importância dos empregos gerados em Sergipe que foram direcionados para a população mais vulnerável, o que do ponto de vista da inclusão socioeconômica é muito relevante e está em linha com o que é buscado pela Secretaria Nacional de Inclusão Socioeconômica do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que entre as diversas atribuições e competências tem a de articular-se de forma integrada com a sociedade civil e órgãos públicos e privados, com a finalidade de integrar ações e captar vagas para a qualificação e para a inserção das pessoas em situação de vulnerabilidade social e sem acesso a renda no mundo do trabalho.

Analisando-se a questão do sexo entre aqueles que foram inseridos no mercado de trabalho em Sergipe, no período em análise (janeiro a novembro/2024), verifica-se que as mulheres foram comtempladas com 46% dos empregos gerados.

Verificando-se somente o público do Cadastro Único, o percentual de mulheres que foram inseridas no mercado de trabalho é de 44%; e se avaliarmos o público que recebia bolsa família o percentual de mulheres é de 39%.

No quesito referente à faixa etária, fica evidenciado que os empregos gerados em Sergipe neste período foram para as pessoas mais jovens. A faixa etária de 17 anos teve um saldo de 1.148 empregos (6%); a faixa etária de 18 a 24 anos teve um saldo de 11.204 empregos (64%); a faixa etária de 25 a 29 anos teve um saldo de 2.604 empregos (15%). Então o percentual de pessoas abaixo de 30 anos que foi inserida no mercado de trabalho em Sergipe foi de 85%, confirmando que a geração de empregos contemplou os mais jovens. Na faixa etária de 30 a 39 anos o saldo foi de 1.856 empregos (11%); na faixa etária de 40-49 anos, o saldo foi de 1.321 empregos (8%) e na faixa etária de 50-59 anos, o saldo foi de 200 empregos (1%). Juntas estas faixas etárias contemplaram 20% dos empregos.

Por outro lado, a faixa etária de 60 a 64 anos teve um saldo negativo de 410 empregos (-2%) e a faixa etária acima de 64 anos teve um saldo negativo de 537 empregos (-3%). Estes números negativos nestas faixas etárias ocorrem porque são faixas etária de aposentadorias, as pessoas estão desligando-se do mercado de trabalho, dentro do movimento natural do mercado.

Com relação ao grau de instrução das pessoas que foram inseridas no mercado de trabalho, a maioria possuía o ensino médio completo 13.823 (80%), já o segundo público mais empregado possuía nível superior completo, 1.589 (9%), com Pós-Graduação Lato Sensu foram contratadas 87 pessoas (0,5%); com mestrado foram 63 pessoas e com doutorado foram contratadas 6 pessoas, somando-se estes três grupos temos um saldo de 156 empregos (0,9%). Com isso verificamos que 89,9% dos empregos gerados em Sergipe de janeiro a novembro de 2024 contemplaram pessoas que possuíam no mínimo o ensino médio completo. Este quesito é importante para a inserção no mercado de trabalho e ele deve ser complementado com políticas de qualificação que viabilizem a possibilitem uma maior inserção das pessoas, especialmente o público mais vulnerável no mercado de trabalho.

Com relação aos setores empregadores em Sergipe, o setor de serviços é o destaque e respondeu por metade dos empregos gerados; seguido do setor de comércio que viabilizou 24% dos empregos; na sequência vem a construção civil que está em expansão e viabilizou 17% dos empregos no estado e o setor industrial propiciou 11% dos empregos gerados em Sergipe. A agropecuária, diferentemente dos demais setores, apresentou um saldo negativo de empregos (-352), um percentual de -2% na geração de empregos. Este é um setor que tem importante contribuição na economia sergipana, mas que com os constantes avanços tecnológicos, vem diminuindo a necessidade de mão-de-obra e apresenta uma situação adversa em relação aos demais setores no quesito de oferta de trabalho.

O que cabe destacar nesta breve análise dos empregos em Sergipe é a inserção socioeconômica de pessoas vulneráveis, mulheres e jovens que tanto necessitam de empregos para a sua dignidade social, o que efetivamente está ocorrendo e torcemos que continue avançando.