ARACAJU/SE, 9 de maio de 2025 , 11:46:02

Acontecimentos na Igreja Católica

 

Na última segunda-feira, dia 4, sob a presidência do Papa Francisco, teve início, em Roma, a última reunião, em 2023, do Conselho de Cardeais, formado por 9 purpurados. Esse Conselho foi criado pelo Papa em 28 de setembro de 2013 e renovado em 7 de março passado.

O referido Conselho tem a tarefa de ajudar o Papa no governo universal da Igreja e ajudou na elaboração do projeto para a revisão da Cúria Romana, que se efetivou por meio da Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, de 19 de março de 2022.

Dentre os temas debatidos na última reunião do ano pelo C 9, como também é denominado o Conselho, está “uma reflexão sobre a dimensão feminina da Igreja”, tema que assusta, sem razão, a Igreja masculinizada e que, infelizmente, é deturpado por algumas pessoas do Clero e do Laicato, no seu mais duro conservadorismo. Não há razão para tanto. Ninguém espere que, de hoje para amanhã, a Igreja, por exemplo, vai começar a ordenar mulheres, mesmo diaconisas, como algumas denominações Protestantes já o fazem, com suas pastoras, ou como o Judaísmo também já o faz com as rabinas. Na Igreja Católica tudo se faz com passos muito lentos. É a forma da Igreja “singrar os mares”. Portanto, por que os sustos?

Na Arquidiocese de Aracaju, ainda é esperada a nomeação do novo arcebispo. Oxalá, seja nomeado o mais breve possível. Nessa fase de transição, o Administrador Apostólico, Dom Vítor, vem se desdobrando entre os seus afazeres na Diocese de Propriá e o precisa e pode fazer na nossa Arquidiocese.

O novo arcebispo deverá tomar pé da situação geral da Arquidiocese, recompor os Colegiados, administrativos e pastorais, na forma do que dispõe o Código de Direito Canônico, tomando as decisões que lhe competem tomar, para o bom governo arquidiocesano.

Esperamos que o novo titular da Arquidiocese de Aracaju possa se deter mais amiúde no conhecimento do Clero, para poder dele cuidar como convém a quem tem a dupla função de pai e irmão. O Clero precisa de atenção. O Clero precisa de orientação da parte do seu arcebispo e de voz de comando. Mas, o Clero precisa unir-se muito mais. Deixar de lado possíveis dispersões. Fazer cumprir, com fervor cada vez mais ardente, os votos proferidos na ordenação, como convém a quem foi chamado ao Ministério presbiteral. Sem reticências ou reentrâncias.

Por falar no Clero, na última reunião presidida por Dom João José Costa, os padres elegeram como seu representante junto ao arcebispado o padre Anderson Gomes, pároco na Paróquia São Pedro Pescador, no bairro Industrial, na capital, que ainda não teve a oportunidade de atuar mais efetivamente porque, com a sede vacante, subsiste apenas, dentre os Colegiados, o Colégio de Consultores, mantido como estava, e, assim mesmo como deveria ser, pelo Administrador Apostólico.

Eleito com 63 votos, o jovem padre Anderson Gomes representará os seus irmãos no sacerdócio, e sei que o fará com denodo e competência. O padre Anderson foi, ao mesmo tempo, meu colega de sala de aula, e meu aluno, no curso de Teologia, no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição.

Aliás, na quarta-feira passada, um padre perguntou-me se a eleição do padre Anderson, por ter sido realizada na vigência do episcopado do arcebispo que renunciou, poderia ser anulada. Em tese, um ato, em qualquer esfera da vida, só pode ser anulado se for eivado de ilicitude, de ilegalidade. Não é o caso.

Doutrinariamente, “anulação é o ato ou a decisão, de caráter judicial ou administrativo, que, reconhecendo a existência de vício ou defeito em ato ou negócio jurídico, diante da solicitação de quem tenha interesse na sua ineficácia jurídica, vem declará-lo inválido ou desfeito”. Sem vício ou defeito, o ato não deve ser anulado.

No caso em tela, não se trata disso. Esperamos que a atuação do padre Anderson Gomes, como nosso legítimo representante, faça-se tão logo o novo arcebispo possa recompor todos os Colegiados da Arquidiocese.

Por ora, continuemos em oração para que tenhamos o mais breve possível o nosso arcebispo. Que ele seja abençoado e conduzido pelo Santo Espírito, para o governo da Igreja Particular de Aracaju. E que todo o Clero, bem assim os fiéis leigos e leigas possam compreender que todos nós formamos o Corpo Místico de Cristo, buscando sempre a unidade na diversidade. Jesus Cristo é um só. E todos nós somos d’Ele. Se assim não for, não seremos verdadeiramente cristãos e cristãs.