ARACAJU/SE, 14 de junho de 2025 , 11:59:06

Aumento da SRAG no Brasil: reflexos de campanhas antivacinas

Nos últimos dias, o Brasil tem enfrentado um preocupante aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma condição que pode ser desencadeada por vírus como a influenza e a COVID-19. Especialistas apontam que a baixa adesão às campanhas de vacinação e a disseminação de discursos antivacinas têm contribuído diretamente para o agravamento da situação.

De acordo com dados recentes, 25 das 27 unidades federativas estão em estado de alerta devido ao aumento dos casos de SRAG. Entre janeiro e maio, foram registrados 9.147 casos, resultando em quase 900 mortes, sendo que a gripe foi responsável por mais de 70% dos óbitos. Em cidades como São Luís, hospitais públicos e privados estão enfrentando superlotação devido ao surto de Influenza A, que tem levado a um crescimento expressivo nas internações.

Em Porto Alegre, por exemplo, já foram contabilizados 857 casos de SRAG em 2025, com 52 mortes, das quais 13 foram causadas por COVID-19 e Influenza. A situação é ainda mais grave entre idosos e crianças, que apresentam maior vulnerabilidade à doença.

A vacinação contra a gripe e a COVID-19 é considerada a principal estratégia para evitar complicações graves da SRAG. No entanto, a cobertura vacinal no Brasil está alarmantemente baixa. Apenas 35% da população prioritária recebeu a vacina contra a influenza, muito abaixo da meta de 90% estabelecida pelo governo. No estado do Rio de Janeiro, a situação é ainda mais crítica, com apenas 21,75% do público-alvo vacinado.

A resistência à vacinação tem sido impulsionada por campanhas antivacinas, que espalham desinformação sobre os imunizantes. Especialistas alertam que esses discursos têm levado parte da população a evitar a vacinação, contribuindo para a disseminação do vírus e o aumento das hospitalizações.

O impacto da baixa imunização é evidente nos números de internações e mortes. Segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz, 72,5% dos óbitos por SRAG estão relacionados à influenza A. Em São João da Boa Vista (SP), 12 pessoas morreram nos primeiros cinco meses do ano devido à SRAG, incluindo três crianças. Em Araraquara, foram sete mortes, enquanto em São Carlos, seis óbitos foram registrados no mesmo período.

Além disso, a superlotação dos hospitais tem dificultado o atendimento adequado aos pacientes. Em Jundiaí (SP), o hospital São Vicente de Paulo está operando 32% acima da capacidade, com pacientes aguardando atendimento por horas devido à alta demanda.

Diante desse cenário, autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação e de medidas preventivas. O Ministério da Saúde recomenda que todas as pessoas com mais de seis meses de idade recebam a vacina contra a gripe. Além disso, o uso de máscaras em locais fechados, a higienização constante das mãos e a busca por atendimento médico ao primeiro sinal de sintomas são essenciais para conter a disseminação do vírus.

Quase todo o Brasil está vivendo uma crise com o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Para conter o avanço da doença, campanhas de vacinação estão sendo intensificadas em diversas regiões, incluindo a imunização de 10 mil estudantes em escolas públicas de Belém nos próximos meses.

Aracaju está entre as capitais com maior incidência da SRAG, segundo o Boletim InfoGripe da FIOCRUZ, por essa razão o alerta é para os pais vacinem seus filhos a partir dos seis meses e também os idosos e as pessoas com baixa imunidade por causa de doenças crônicas. A vacina está disponível para todas as pessoas e é a forma mais segura para evitar as consequências graves da Síndrome Respiratória Aguda Grave.

O aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil reflete diretamente a baixa adesão à vacinação e a influência de campanhas antivacinas. Com hospitais superlotados e um número crescente de óbitos, especialistas reforçam a necessidade de ações urgentes para ampliar a cobertura vacinal e combater a desinformação. A vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar complicações graves e proteger a população contra os impactos da SRAG.