Uma boa notícia no campo das endemias, apesar das mentiras dos antivacina nas redes sociais, é que o Brasil recebeu, após cinco anos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o status de país livre do sarampo. O último registro da doença no Brasil foi em junho de 2022, no Amapá, de acordo com o Ministério da Saúde.
O esforço do estado brasileiro para retomar as ações de prevenção através das vacinas já começa a surtir efeito, e a entrega do certificado pela OPAS é muito significativa e mostra a importância do estado e da sociedade estarem juntos na prevenção das endemias, e que defendam e acreditem nas vacinas como o meio mais eficaz para evitar doenças como sarampo, varíola, COVID-19, tuberculose, entre outras.
O sarampo continua existindo em todos os continentes, inclusive na Europa, na Ásia e na África, e a possibilidade de termos casos importados é grande. Daí a importância maior de continuarmos vacinando as nossas crianças e todos os que necessitam dessa proteção. Essa conquista deve ser comemorada e compartilhada com toda a sociedade, até mesmo com os descrentes da importância das vacinas e que não acreditam na ciência porque também estarão protegidos com o resultado alcançado pelo Brasil.
Anteriormente, o último caso foi em 2015, tendo o país recebido a certificação da eliminação do vírus em 2016. Em 218, porém, com o grande fluxo migratório associado às baixas coberturas vacinais, o vírus voltou a circular, e o Brasil perdeu, em 2019, o status de país livre do sarampo. Dados do Ministério da Saúde indicam que, entre 2018 e 2022, foram confirmados exatos 39.779 casos de sarampo, e o último, no dia 05 de junho de 2022.
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreias intensas, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro).
A Sociedade Brasileira de Imunizações comemorou a recertificação do Brasil, mas a sua presidente, Mônica Levi, alertou que a manutenção do status depende de mobilização constante, já que o vírus continua a circular. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, em 2023, mais de 32º mil casos foram confirmados em todo o planeta.
As redes sociais poderiam cumprir um papel social relevante se, ao contrário de fazer campanhas contra as vacinas, divulgassem o quanto as vacinas podem ajudar a população brasileira manter-se livre de doenças que já foram erradicadas e que retornaram por causa da disseminação de notícias falsas e a construção de falas mentirosas que confundem as pessoas e as levam a não se vacinarem e nem a vacinar os seus filhos. Essa conduta criminosa deve ser denunciada e punida severamente, pois afetam a saúde dos mais vulneráveis, especialmente as crianças.