*Com informações do CFO
O inverno chegou trazendo baixas temperaturas e incentivando novos hábitos, costumes e comportamentos que podem influenciar na saúde bucal da população. Por este motivo, o Sistema Conselhos de Odontologia, composto pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) e os 27 Conselhos Regionais de todo país, indica os cuidados a serem tomados para uma boca saudável durante a época mais fria do ano.
A princípio, faz-se necessário esclarecer que todo e qualquer risco associando o inverno à saúde deve ser avaliado individualmente, de pessoa a pessoa, de acordo com as características biológicas, sociais, econômicas e até culturais das localidades onde o paciente vive; assim como seus hábitos pessoais de higiene bucal.
A cirurgiã-dentista e doutora em Odontologia Integrada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ana Carolina de Souza Leitão, explica que os impactos do inverno na saúde bucal podem incluir desde o risco de ressecamento labial, com a exposição da boca a quedas bruscas de temperatura e climas secos, até as sensibilidades dentárias, em razão da exposição dos dentes a alimentos e bebidas consumidos em temperaturas mais elevadas, em contraste com a baixa temperatura do ambiente.
Também há possibilidade de queimaduras nas mucosas, diante dos extremos térmicos a que podem ser submetidas. “O frio também pode provocar contrações musculares na face, o que levaria a efeitos deletérios sobre as arcadas, com possíveis atritos dentais involuntários; além de outros achados, citados na literatura”, pontua a Dra. Ana Carolina Leitão, que também é membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia do Pernambuco.
Como medida preventiva, nessa época do ano, adultos e crianças devem evitar o consumo de alimentos e bebidas excessivamente quentes, manter uma dieta equilibrada, evitando-se excessos de alimentos açucarados, e ainda realizar a hidratação labial. Manter uma boa rotina de cuidados com a higiene bucal e as visitas frequentes ao cirurgião-dentista também são importantes recomendações, que devem ser mantidas em todas as demais estações do ano.
Reunião de presidentes
Na última semana, a presidente do Conselho Regional de Odontologia de Sergipe, Anna Tereza Lima, esteve no Rio de Janeiro para prestigiar a reinauguração da sede do CRO-RJ e participar de reunião com presidentes dos Regionais de todo o país. Na ocasião, foram debatidas pautas importantes para a valorização da Odontologia, para posterior encaminhamento ao Conselho Federal de Odontologia (CFO).
Julho Verde I
No Mês Nacional do Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, instituído por meio da lei federal 14.328/22 para ações de conscientização sobre a doença, o CFO e os CROs de todo o país fazem o alerta: em cerca de 80% dos casos é diagnosticada em estágio avançado no Brasil. Por esse motivo, enfatizam a importância do diagnóstico precoce e do cirurgião-dentista como um dos profissionais essenciais para identificação de novos casos, encaminhamento dos pacientes ao atendimento especializado e posterior tratamento de possíveis sequelas na cavidade oral.
Julho Verde II
Neste ano, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou os resultados de um estudo inédito com o mapeamento dos tumores de cabeça e pescoço no Brasil. Foram avaliados mais de 145 mil casos, entre 2000 e 2017, sendo que 78,2% foram diagnosticados nos estágios III ou IV, condição que compromete o tratamento e as chances de cura dos pacientes. A maior porcentagem de tumores em estágio avançado ocorreu na hipofaringe (91,3%), seguida pela orofaringe (86,6%), cavidade oral (75,1%) e laringe (69,5%). Além da alta prevalência de pacientes jovens com tumores em estágio avançado, o estudo do INCA mostrou que cerca de 80% dos pacientes são do sexo masculino, com menos de 50 anos, baixa escolaridade e consumidores de álcool e tabaco.
