A Jaguar, ícone do mundo automotivo, deu um salto ousado com a campanha Copy Nothing. A iniciativa marca a transição para um futuro 100% elétrico e reforça a identidade da marca como única e inovadora. O rebranding inclui um novo logotipo e prepara o terreno para três lançamentos de veículos em 2026, simbolizando uma nova era.
O que é o Copy Nothing?
A ideia central do Copy Nothing é simples: a Jaguar não quer copiar ninguém. A campanha busca resgatar o espírito de seu fundador, Sir William Lyons, que dizia: “Um Jaguar não deveria ser cópia de nada”. Ela será apresentada globalmente em 2 de dezembro, durante a Miami Art Week, evento cultural anual que celebra a arte em Miami e Miami Beach. Este será o primeiro evento a revelar a nova identidade visual, dando uma prévia de como poderão ser as novas lojas.
Segundo Gerry McGovern, diretor de criação da marca, o novo conceito é “único e destemido”.
Quase uma nova marca: logotipos, fontes, cores e um código gráfico chamado strikethrough, caracterizado por linhas horizontais embutidas em uma borda retangular. As mudanças começam pela paleta de cores, que chamam bastante atenção: rosa, vermelho, azul e amarelo, um contraste vibrante e ousado.
O logotipo agora apresenta apenas o nome da marca em uma tipografia moderna que alterna maiúsculas e minúsculas: J a G U a r. Minimalista e arredondada, a fonte reforça o novo posicionamento.
O ponto mais sensível, no entanto, foi a retirada do icônico “felino saltador”, que agora aparece apenas em alguns detalhes dos carros. Essa mudança gerou controvérsia entre os fãs mais antigos. Muitos criticaram a perda de identidade e a desconexão com o automobilismo, enquanto outros chegaram a comparar o novo visual a marcas de maquiagem ou produtos de beleza. Elon Musk, proprietário do X e da Tesla, tuitou: “Vocês vendem carros?”
A história e a evolução visual da Jaguar
A Jaguar nasceu em 1922, mas com um nome bem diferente: Swallow Sidecar Company, especializada em sidecars para motos. Só em 1945 ganhou o nome que conhecemos hoje, inspirado na agilidade e elegância do felino que se tornou seu símbolo. Desde então, o famoso “jaguar saltador” sempre esteve presente para representar luxo, potência e performance.
E, claro, o visual da marca também mudou ao longo do tempo. Em 2002, o logotipo ganhou uma tipografia mais moderna, e o Leaper — aquele felino em pleno salto que simboliza a marca — passou por um redesenho. Em 2012, ele ficou ainda mais estiloso, com linhas metálicas, sombras e um toque mais refinado. Até as letras mudaram, ficando mais largas e baixas, tudo para transmitir uma imagem mais atualizada.
O Leaper também era uma opção popular: uma estatueta prateada que ficava no capô dos carros. Porém, por questões de segurança no Reino Unido, ele precisou ser reposicionado na grade frontal.
Quando o rebranding sai pela culatra
Nem sempre uma mudança ousada agrada. Alguns exemplos mostram como um rebranding pode ser um desastre:
- Tropicana (2009): Uma nova embalagem minimalista reduziu as vendas em 20% em apenas um mês. Resultado? A embalagem antiga voltou rapidamente.
- Gap (2010): Um novo logotipo causou tanta indignação que foi abandonado em apenas uma semana.
- Pepsi (2008): Após investir milhões em um novo design, a marca enfrentou críticas e falta de conexão com os consumidores.
Esses casos ensinam que inovar é essencial, mas ignorar a essência da marca pode afastar quem mais importa: os clientes fiéis.
O desafio da Jaguar
O rebranding da Jaguar é ousado e busca solucionar a necessidade de se reinventar em um mercado em transformação. Mas a pergunta que fica é: será que a busca pela inovação vale o risco de perder a conexão com a história e os valores que fizeram a Jaguar ser o que é?
Só o tempo dirá se a marca encontrou o caminho para um futuro de sucesso ou se se tornou mais um exemplo de inovação que foi longe demais.