As informações de Sergipe que repassarei adiante, foram pesquisadas no Observatório do Cadastro Único, cujo ativo estratégico é relevante para a avaliação das políticas públicas aplicadas ao cidadão.
Com a análise das informações e dados que podem ser extraídas do Observatório do Cadastro Único é possível ter visão de conjunto da situação do estado, inclusive, podendo-se estratificar por município, facilitando ações das gestões municipais e estadual do ponto de vista dos territórios. Além disso, os dados disponíveis possibilitam acesso a informações para toda sociedade reforçando o compromisso com a transparência.
Sergipe tem no cadastro único do Governo Federal, na base de julho/2025, 639.934 famílias inscritas que equivalem a 1.378.375 pessoas que são passíveis dos benefícios que podem ser oferecidos por estarem no cadastro único. Das famílias sergipanas inscritas no cadastro único, 45.769 são famílias que trabalham na agricultura familiar; 13.950 são pescadores artesanais; 8.643 são catadores de materiais recicláveis; 7.126 são famílias quilombolas; 1.334 são famílias unipessoais (somente uma pessoa); 1.187 são famílias de assentados da reforma agrária; 1.183 acampados; 839 são famílias de ciganos; 337 são famílias de ribeirinhos; 323 são famílias indígenas; 322 famílias com estrangeiros; 230 são famílias de presos em sistema carcerário; 198 são famílias pertencentes a comunidades de terreiro e em 147 famílias foram identificadas marcação em trabalho infantil.
Estão com o cadastro atualizado 92,2% das famílias, então temos famílias (7,8%) que precisam atualizar o cadastro. Cabe registrar que 76% das famílias inscritas no Cadastro Único em Sergipe, encontram-se em situação de pobreza e 24% em situação de baixa renda.
As principais características das pessoas que estão no cadastro único em Sergipe são as seguintes: a maioria são mulheres e equivale a 58% das pessoas inscritas no cadastro único; este percentual é bem maior ao avaliarmos a responsabilidade pela família, em 79% das famílias, as mulheres são as responsáveis pelas famílias. Um dado revelador e desafiador é que 27% das pessoas que estão no cadastro único em Sergipe, não sabem ler e nem escrever. Das pessoas que estão no cadastro único, 31% não possuem instrução; 34% das pessoas possui ensino fundamental incompleto; 7% têm ensino fundamental completo; 9% têm ensino médio completo; e 19% têm ensino superior incompleto ou completo. Registre-se também que 30% das pessoas que estão inscritas no cadastro único em Sergipe trabalham de alguma forma. Registre-se que 62,9% das famílias inscritas no cadastro único em Sergipe, tem alguém da família que trabalha, porém, a maioria, trabalha por conta própria (56%); 29% trabalha em área rural de forma temporária; 21% são pessoas que possuem emprego com carteira de trabalho assinada; 0,6% são pessoas que possuem emprego mas sem carteira de trabalho assinada e também 0,6% são trabalhadores domésticos sem carteira de trabalho assinada.
Receberam Bolsa Família em agosto/2025, 360.362 famílias, equivalente a 868.386 pessoas que se beneficiam do auxílio. O benefício médio mensal foi de R$ 664,99, totalizando um repasse em agosto de 2025, de R$ 239.498.504,00.
Sobre o acompanhamento das condicionalidades para receber o benefício do bolsa família, no quesito de educação Sergipe tem os seguintes percentuais: crianças de 4 a 5 anos (69,87%); crianças e adolescentes de 6 a 15 anos (86,20%); adolescentes e jovens de 16 a 17 anos (84,73%), no total do acompanhamento de crianças e adolescentes o percentual de acompanhamento em Sergipe é de 83,62%.
Podem ingressar no Bolsa Família famílias com renda mensal de até R$ 218 por pessoa. No entanto, famílias cadastradas nesta faixa de renda que estejam com cadastros desatualizados, ou em alguma situação de necessidade de verificação de informações cadastrais, só podem ser (re)ingressar no Bolsa após essa regularização. O mês de referência da folha de pagamento do Bolsa Família é sempre um mês posterior à referência do Cadastro Único.
Das famílias em Sergipe que estão no cadastro único em 11,1% existem pessoas com deficiência. As principais deficiências por ordem são as seguintes: baixa visão (4.494 pessoas), cegueira (1.531 pessoas), deficiência mental (19.411 pessoas) e diversas outras deficiências físicas (20.805 pessoas). Em 68,3% das famílias do cadastro único de Sergipe, temos pessoas que recebem cuidados permanentes de terceiros.
Estão no cadastro único em Sergipe, cadastradas como população de rua, 1.380 pessoas, sendo que 93% são pessoas que vivem com a família em situação de rua. Destacando-se que 1.170 pessoas (85%) dormem na rua e 15% dorme em albergue ou domicílio particular. 342 (25%) pessoas estão em situação de rua a até 6 meses e 203 (15%) pessoas estão em situação de rua a mais de 6 meses e menos de 1 ano. Sobre a população de rua de Sergipe, os principais motivos são: problemas com familiares/companheiro(a) (55%); perda de moradia (23%); alcoolismo/drogas (21%) 1% ameaças/violência. Importante destacar que 21% da população de rua de Sergipe está morando na respectiva cidade onde vive na rua há menos de 6 meses.
A maioria das famílias inscritas no cadastro único em Sergipe são do meio urbano (68%), revelando que a centralidade de muitos problemas sociais está nas periferias urbanas e não mais no meio rural, que no passado era caracterizado como sinônimo de atraso e pobreza. Neste sentido, verifica-se que na caracterização dos domicílios das pessoas do cadastro único em Sergipe, o percentual de casas revestidas de taipa é bem baixo, 0,4% das famílias; a maioria reside em domicílios de alvenaria e alguns poucos em domicílios de madeira.
Descrevi alguns dos diversos dados que estão disponíveis ao público em geral de Sergipe, no cadastro único do Governo Federal. O importante a destacar é que a precisão e a atualização dos dados são cruciais para assegurar que as intervenções sociais alcancem quem realmente necessita, evitando tanto a exclusão de indivíduos elegíveis quanto a inclusão de não elegíveis.