Então, você precisa depor na CPI. Qual look usar? Blazer estruturado? Conjunto de alfaiataria? Ou que tal… um moletom azul escuro com a foto da filha? Foi essa a escolha da Virgínia Fonseca quando apareceu para depor na CPI das Bets. Nada de saltos poderosos ou cara de CEO implacável. Jeans, cabelo solto e o famoso copo rosa na mão – quase como se tivesse saído de casa pra levar as crianças na escola e, no caminho, lembrado que tinha que passar no Senado. Coincidência? Não. Estratégia.
🎨 Azul é a cor mais quente (e estratégica)
➜ Azul escuro não foi uma escolha aleatória. É o tom que parece dizer: “Sou forte, mas acessível.”
➜ Essa cor transmite confiança, estabilidade e profissionalismo, mas sem a rigidez de um terno preto. É o tom que você vê em muitos uniformes e marcas corporativas, porque inspira credibilidade sem intimidar.
➜ Mas calma, não vamos esquecer que isso é um moletom, não um blazer. A mensagem é complexa: “Sim, sou profissional, mas também sou gente como a gente.” Quase uma mensagem subliminar de “não sou uma máquina de vender, sou mãe, sou pessoa.”
👶 O golpe baixo da foto da filha
➜ Foto da filha no peito é quase um truque emocional. Como ser muito duro com alguém que entra carregando a imagem do próprio filho?
➜ É um lembrete constante: “Sou mãe antes de tudo.” Isso puxa uma conexão emocional imediata – e, vamos ser sinceros, é difícil atacar uma mãe sem parecer cruel.
🧶 O truque do moletom
➜ Moletom é conforto, é casa. Enquanto os políticos estão lá de terno e gravata, parecendo que têm coluna de mármore, ela chega confortável, como quem não se intimida com o ambiente.
➜ Quebra o protocolo, desarma a rigidez e faz parecer que, pra ela, estar ali é só mais um compromisso no calendário, tipo reunião de pais e mestres.
💇 Cabelo ao natural – quando o “não se arrumar” é intencional
➜ Cabelo solto, maquiagem leve. Parece descuido, mas é intencional. Passa aquela sensação de autenticidade, de quem não precisa de máscara ou armadura.
➜ A mensagem é: “Eu sou assim, sem filtro.” Se tivesse entrado com um penteado superproduzido, a leitura seria outra – talvez alguém que está tentando impressionar, alguém que está com medo do julgamento.
🎭 Outros cases intencionais
- Elizabeth Holmes – O Golpe da Inocência
A fundadora da Theranos é conhecida pela gola alta preta, estilo Steve Jobs, mas abandonou essa marca registrada durante seu julgamento. Em vez disso, escolheu vestidos claros e penteados mais suaves para parecer mais humana, vulnerável e menos “CEO fria”. Foi uma tentativa clara de distanciar sua imagem da ideia de uma empresária calculista.
- Johnny Depp – A Arte de Ser Autêntico
Depp seguiu o caminho oposto. Em vez de tentar parecer alguém que não é, dobrou a aposta na própria essência. Foi ao tribunal com seus anéis, pulseiras, lenços e óculos coloridos – o pacote completo do artista excêntrico que o público já conhece. Ele não trocou seu estilo boêmio por um terno engomado, não escondeu as tatuagens e não tentou parecer mais “corporativo”. A mensagem foi clara: “Eu sou assim mesmo, autêntico, imprevisível e honesto.” E o público comprou essa narrativa.
- Suzane von Richthofen – A Tentativa Frustrada de Inocência
Nos primeiros depoimentos, Suzane apostou em roupas discretas e penteados simples, tentando parecer vulnerável, quase infantil. A intenção era clara: convencer o público e os jurados de que ela era manipulada, uma “boa menina” que caiu na armadilha do namorado. Mas o tiro saiu pela culatra – a narrativa não colou e ela acabou sendo vista como calculista e fria.
❓ E aí, será que funciona?
Mas e aí, será que essa escolha ajudou ou atrapalhou? Será que, se ela tivesse aparecido de salto, blazer e cara de CEO, a conversa seria diferente? Ou será que, nesse tribunal das redes sociais, a embalagem importa mais do que nunca?