ARACAJU/SE, 17 de maio de 2025 , 0:29:02

DE MOLETOM NA CPI? A INTENÇÃO DE IMAGEM DE VIRGÍNIA FONSECA

 

Então, você precisa depor na CPI. Qual look usar? Blazer estruturado? Conjunto de alfaiataria? Ou que tal… um moletom azul escuro com a foto da filha? Foi essa a escolha da Virgínia Fonseca quando apareceu para depor na CPI das Bets. Nada de saltos poderosos ou cara de CEO implacável. Jeans, cabelo solto e o famoso copo rosa na mão – quase como se tivesse saído de casa pra levar as crianças na escola e, no caminho, lembrado que tinha que passar no Senado. Coincidência? Não. Estratégia.

🎨 Azul é a cor mais quente (e estratégica)

➜ Azul escuro não foi uma escolha aleatória. É o tom que parece dizer: “Sou forte, mas acessível.”

➜ Essa cor transmite confiança, estabilidade e profissionalismo, mas sem a rigidez de um terno preto. É o tom que você vê em muitos uniformes e marcas corporativas, porque inspira credibilidade sem intimidar.

➜ Mas calma, não vamos esquecer que isso é um moletom, não um blazer. A mensagem é complexa: “Sim, sou profissional, mas também sou gente como a gente.” Quase uma mensagem subliminar de “não sou uma máquina de vender, sou mãe, sou pessoa.”

👶 O golpe baixo da foto da filha

➜ Foto da filha no peito é quase um truque emocional. Como ser muito duro com alguém que entra carregando a imagem do próprio filho?

➜ É um lembrete constante: “Sou mãe antes de tudo.” Isso puxa uma conexão emocional imediata – e, vamos ser sinceros, é difícil atacar uma mãe sem parecer cruel.

🧶 O truque do moletom

➜ Moletom é conforto, é casa. Enquanto os políticos estão lá de terno e gravata, parecendo que têm coluna de mármore, ela chega confortável, como quem não se intimida com o ambiente.

➜ Quebra o protocolo, desarma a rigidez e faz parecer que, pra ela, estar ali é só mais um compromisso no calendário, tipo reunião de pais e mestres.

💇 Cabelo ao natural – quando o “não se arrumar” é intencional

➜ Cabelo solto, maquiagem leve. Parece descuido, mas é intencional. Passa aquela sensação de autenticidade, de quem não precisa de máscara ou armadura.

➜ A mensagem é: “Eu sou assim, sem filtro.” Se tivesse entrado com um penteado superproduzido, a leitura seria outra – talvez alguém que está tentando impressionar, alguém que está com medo do julgamento.

🎭 Outros cases intencionais

  • Elizabeth Holmes – O Golpe da Inocência

    A fundadora da Theranos é conhecida pela gola alta preta, estilo Steve Jobs, mas abandonou essa marca registrada durante seu julgamento. Em vez disso, escolheu vestidos claros e penteados mais suaves para parecer mais humana, vulnerável e menos “CEO fria”. Foi uma tentativa clara de distanciar sua imagem da ideia de uma empresária calculista.

  • Johnny Depp – A Arte de Ser Autêntico

    Depp seguiu o caminho oposto. Em vez de tentar parecer alguém que não é, dobrou a aposta na própria essência. Foi ao tribunal com seus anéis, pulseiras, lenços e óculos coloridos – o pacote completo do artista excêntrico que o público já conhece. Ele não trocou seu estilo boêmio por um terno engomado, não escondeu as tatuagens e não tentou parecer mais “corporativo”. A mensagem foi clara: “Eu sou assim mesmo, autêntico, imprevisível e honesto.” E o público comprou essa narrativa.

  • Suzane von Richthofen – A Tentativa Frustrada de Inocência

    Nos primeiros depoimentos, Suzane apostou em roupas discretas e penteados simples, tentando parecer vulnerável, quase infantil. A intenção era clara: convencer o público e os jurados de que ela era manipulada, uma “boa menina” que caiu na armadilha do namorado. Mas o tiro saiu pela culatra – a narrativa não colou e ela acabou sendo vista como calculista e fria.

❓ E aí, será que funciona?

Mas e aí, será que essa escolha ajudou ou atrapalhou? Será que, se ela tivesse aparecido de salto, blazer e cara de CEO, a conversa seria diferente? Ou será que, nesse tribunal das redes sociais, a embalagem importa mais do que nunca?