Na última segunda-feira, 12 de maio, o Rotary Club de Aracaju-Norte recebeu o Prof. Dr. Roberto César Prado, professor titular da Universidade Federal de Sergipe e neurologista de reconhecida competência, onde fez uma palestra sobre as demências e os avanços.
A demência, um termo abrangente que engloba doenças como o Alzheimer e outras condições neurodegenerativas, continua a ser um dos maiores desafios da medicina moderna. Com o envelhecimento da população mundial, o impacto dessa condição cresce, pressionando sistemas de saúde e famílias. No entanto, apesar das dificuldades, avanços significativos têm sido alcançados na compreensão, diagnóstico e tratamento dessas enfermidades.
O tratamento das demências enfrenta barreiras complexas. A principal delas é a ausência de uma cura definitiva. Embora existam medicamentos capazes de amenizar sintomas e retardar a progressão da doença, os pacientes e seus familiares ainda lidam com dificuldades como a perda progressiva da autonomia e os impactos emocionais e financeiros associados ao cuidado a longo prazo.
Outro desafio crucial é o diagnóstico precoce. Muitas vezes, os primeiros sinais da demência são confundidos com aspectos normais do envelhecimento, atrasando a busca por ajuda médica. A identificação rápida da doença poderia permitir intervenções mais eficazes, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Nos últimos anos, a pesquisa médica tem avançado em diversas frentes. Novos biomarcadores estão sendo estudados para permitir um diagnóstico mais preciso e precoce, inclusive por meio de exames de sangue e de imagem cerebral.
Além disso, novas terapias estão emergindo. Tratamentos baseados em anticorpos monoclonais, como os desenvolvidos recentemente para o Alzheimer, demonstram potencial para reduzir a deposição de proteínas tóxicas no cérebro, um dos principais mecanismos associados à progressão da doença.
Outra área promissora é o uso da inteligência artificial e da tecnologia para auxiliar no diagnóstico e no cuidado dos pacientes. Aplicativos capazes de monitorar mudanças no comportamento e terapias digitais têm sido desenvolvidos para ajudar no acompanhamento da progressão da doença e na interação dos pacientes com seus cuidadores.
Embora os desafios sejam imensos, os avanços científicos mostram que a medicina está cada vez mais próxima de transformar o tratamento das demências. Pesquisadores ao redor do mundo continuam empenhados em desenvolver terapias inovadoras e métodos de diagnóstico mais eficazes, com o objetivo de garantir uma vida mais digna e independente para aqueles que enfrentam essa condição.
O caminho ainda é longo, mas o progresso constante traz esperança para milhões de pessoas afetadas por essas doenças neurodegenerativas. Afinal, na luta contra o tempo, cada descoberta representa um passo importante rumo a um futuro com mais qualidade de vida para os pacientes e suas famílias.
Os tratamentos para demências estão avançando rapidamente, e algumas abordagens promissoras incluem: Terapias não farmacológicas: Estudos recentes destacam a importância de intervenções comportamentais e cognitivas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Técnicas como terapia de reminiscência, psicoeducação para cuidadores e programas de atividades personalizadas têm mostrado eficácia na redução de sintomas neuropsiquiátricos. Donanemabe (Kisunla): Aprovado pela Anvisa, esse medicamento tem demonstrado potencial para retardar a progressão do Alzheimer em estágios iniciais. Ele atua reduzindo as placas de beta-amiloide no cérebro, preservando funções cognitivas e oferecendo mais tempo de autonomia aos pacientes. Novos biomarcadores e diagnósticos: Pesquisadores estão desenvolvendo exames de sangue e técnicas de imagem cerebral mais precisas para detectar demências precocemente, permitindo intervenções mais eficazes.
Embora ainda não exista uma cura definitiva, esses avanços representam um grande passo na busca por tratamentos mais eficazes e acessíveis.
No Brasil, a saúde mental enfrenta diversos desafios estruturais e sociais. Alguns dos principais obstáculos incluem: Estigma e preconceito: Apesar dos avanços na conscientização, muitas pessoas ainda hesitam em buscar ajuda por medo de serem julgadas. Falta de acesso a serviços especializados: A distribuição desigual dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a escassez de profissionais capacitados dificultam o atendimento adequado, especialmente em regiões mais afastadas. Desigualdade socioeconômica: Fatores como pobreza e exclusão social aumentam a vulnerabilidade a transtornos mentais, mas as políticas públicas nem sempre conseguem atender essas populações de forma eficaz. Baixo investimento e descontinuidade das políticas: A saúde mental frequentemente recebe menos recursos do que outras áreas da saúde, e mudanças políticas podem comprometer a continuidade de programas essenciais.
A sociedade civil e as entidades médicas, bem como os administradores públicos e os parlamentares devem se debruçar sobre este tema para promover as melhores políticas públicas.