ARACAJU/SE, 11 de maio de 2025 , 9:30:00

Doação de órgãos e a política de transplantes

O caso do apresentador Fausto Silva que fez na semana passada um transplante de coração suscitou um intenso debate sobre a questão da doação de órgãos e também da política pública de saúde referente aos transplantes.

O Brasil tem atualmente mais de 70 mil pacientes a espera de um órgão, seja uma córnea ou um coração, e somente nos últimos dois anos foram realizados no país mais de 45 mil procedimentos de transplantes segundo o Sistema Nacional de Transplantes do SUS.

O país tem o terceiro maior banco de doadores do mundo, e mesmo assim, ainda precisamos de maior conscientização que ser doador é oportunizar que uma vida seja salva e que a tristeza da perda do ente querido pode se tornar um ato de amor ao próximo.

No Brasil a família tem que autorizar a doação de órgãos e é necessário que se tome consciência da importância desse ato.

O Sistema Nacional de Transplantes é integrado por todas as Secretarias de Saúde dos Estados e dos Municípios, mais de 600 hospitais, cerca de 1200 serviços e mais de 1500 equipes de transplantes autorizadas.

A outra discussão surgida com o transplante do Faustão foi quanto as prioridades da lista de espera administrada pelo sistema. Aqui é importante que as pessoas entendam que a lista com a movimentação da prioridade é pública e transparente no site do Ministério da Saúde, e que essa lista é única tanto para os pacientes do SUS como para os da rede privada, e os critérios que podem modificar a posição na lista foram exaustivamente expostas por médicos e profissionais que atuam na saúde e, especialmente, em transplantes.

A condição clínica do paciente tanto por sua gravidade e urgência pela necessidade da cirurgia e suas condições para o procedimento são essenciais para a escolha, além de que os órgãos disponíveis têm que ser compatíveis pela tipagem sanguínea, pelo peso e tamanho do paciente e até mesmo por compatibilidade genética.

A complexidade do processo desde a coleta dos órgãos que muitas envolve equipes de vários níveis e entes estatais, como o uso de aeronaves e recursos humanos de elevado nível técnico.

Enfim, também é importante que se tenha conhecimento de que o Sistema Único de Saúde garante aos pacientes que necessitam de transplante todo o apoio desde o diagnóstico com os exames, internação, cirurgia, pós-operatório e acompanhamento durante todo o período pós-transplante.

O incrível disso tudo é que foi preciso alguém famoso, que é humano como qualquer um de nós, necessitasse de um transplante para que houvesse o interesse em se discutir o tema. Ainda bem.