ARACAJU/SE, 11 de maio de 2025 , 8:50:09

Doenças mentais: a próxima pandemia

A Organização Mundial da Saúde vem alertando já há algum tempo sobre a importância de cuidar da saúde mental. Não é atoa que todos nos assustamos com o noticiário mundial sobre ataques de fúria, violência desmedida, assassinatos em série, chacinas em escolas, templos religiosos e até em hospitais.

Existe algo muito errado no ar. E não é a poluição atmosférica. As pessoas estão muito doentes do ponto de vista da saúde mental. Não somente por conta de fatores genéticos, mas tem se observado o crescimento das doenças mentais também por fatores sociais.

Os especialistas apontam que o modo de vida atual contribui para acionar o gatilho de transtornos mentais e de surtos que terminam, em sua maioria, em violência.

A velocidade das informações, o mundo hitech, bilhões de informações nos celulares e computadores, a sociedade do consumo e a desigualdade de outro lado, tem sido fonte de frustações, dores psicológicas e gatilhos que adoecem as pessoas.

A questão que se levanta é como o Estado brasileiro tem se preparado para enfrentar uma possível pandemia de doenças mentais, como já vem ocorrendo em países como os Estados Unidos e outros na Europa? Outra questão, como a sociedade está percebendo, se estiver, o crescimento dessas doenças que estão presentes em todas as classes sociais?

A preocupação da OMS é pertinente. Ainda mais quando o custo dos tratamentos das doenças mentais é elevado e compromete também o entorno familiar. Em outras palavras, os familiares também adoecem, senão mentalmente, mas com certeza fisicamente e economicamente.

Do ponto de vista da economia, as doenças mentais são em sua maioria incapacitantes e comprometem o desenvolvimento do país porque atinge também pessoas muito inteligentes e que poderiam estar contribuindo produtivamente no mercado. E quando não são pessoas preparadas, resta ao Estado arcar com as despesas para um mínimo existencial digno.

Esta é a hora de todos trabalharem para encontrar caminhos que possam minimizar os danos dessa pandemia silenciosa, que por preconceito e discriminação todos parecem não querer discutir.

Governo, planos de saúde, sociedade civil organizada, inclusive os profissionais da saúde e os profissionais do direito também, porque inevitavelmente de um lado tem o problema da assistência à saúde e do outro problemas relacionados ao direito do trabalho e ao direito previdenciário.

E se tudo isso não bastasse, nota-se no país um número reduzido de psiquiatras no sistema público de saúde e também na assistência suplementar, leia-se planos de saúde.

O desafio é grande, mas devemos todos estar preocupados com a urgência desse grave problema de saúde pública.