Com o falecimento do Papa Francisco, que teve o exercício do seu papado no período de 13 de março de 2013 a 21 de abril de 2025, dessa forma, julgo importante apresentarmos algumas estatísticas referente aos papas e a importância de referido líder religioso para a humanidade.
O Papa Francisco foi o 266º Pontífice, assim em breve, iremos conhecer o 267º Líder da Igreja Católica em mais de 2.000 anos do catolicismo no mundo. Com isso, a duração média dos pontificados dos Papas é aproximadamente de 7 anos e 11 meses. Se analisarmos os três últimos, veremos que João Paulo II e Francisco, ficaram acima dessa média, cada um com 26 anos e 168 dias e 12 anos e 39 dias; enquanto que Bento XVI, ficou na média com 7 anos e 315 dias. Os dados coletados nas informações estatísticas papais sinalizam que o mais longo pontificado foi o de São Pedro, que foi do ano 30 ao ano 67, ou seja cerca de 37 anos, seguido de Pio IX, com 31 anos, 7 meses e 22 dias de pontificado e em terceiro, Leão XII com 25 anos e 150 dias (03 de março de 1878 a 20 de julho de 1903).
No quesito de idade, a Igreja Católica tem a regra de que os cardeais para participarem da reunião de eleição do Papa (o Conclave), devem ter menos de 80 anos. Como eles votam entre os participantes do Conclave, não teremos um Papa com mais de 80 anos para assumir os destinos da Igreja Católica. Assim vale registrar que a idade média dos Papas ao assumirem a posição, considerando-se a base a partir de 1.900 é de 67 anos, já a idade média dos Papas ao final de seus pontificados é de 78 anos. Então veremos que Francisco, que assumiu com 76 anos (já quase com a idade média dos Papas ao falecerem) e faleceu aos 88 anos, ultrapassou os limites médios das idades dos Papas. O mesmo ocorreu com o seu antecessor Bento XVI que assumiu o Pontificado com 78 anos, abdicou com 86 anos e faleceu aos 95 anos. Já João Paulo II, o antecessor de Bento XVI foi eleito Papa com 58 anos e faleceu com 84 anos.
Do ponto de vista da origem de nascimento dos Papas, a grande maioria é de italianos, foram até agora, 217 Papas da Itália; 16 da França; 6 da Alemanha; 5 da Síria; 4 orientais; 3 da Terra Santa; 3 da África; 2 da Espanha; 2 de Portugal; 2 da Dalmácia; 2 da Ásia Menor; 1 da Inglaterra. 1 da Holanda, 1 da Polônia e 1 da Argentina.
Os nomes mais comuns que os Papas se autodenominaram foram os seguintes: João (21 vezes); Bento (16 vezes); Gregório (16 vezes); Clemente (14 vezes); Inocêncio (13 vezes) e Leão (13 vezes). O último Papa que usou João, foi o João XXII (Papado de 28 de outubro de 1958 a 3 de junho de 1963) e o último que usou Bento, foi Bento XVI (19 de abril de 2005 a 28 de fevereiro de 2013). Registre-se que alguns Papas escolherem manter seus nomes de batismos ou escolheram nomes que não eram comuns entre os Papas anteriores, como foi o caso do Papa Francisco, que escolheu homenagear São Francisco de Assis. De forma precedente é relevante informar que a escolha do nome papal é uma tradição que não obriga o uso do nome de batismo. O Papa João II foi o primeiro Papa a mudar o nome e isto ocorreu em 533. A partir de então, a troca de nome tornou-se uma prática comum, com Papas escolhendo outros nomes com significados para os mesmos.
Do ponto de vista formativo, os Papas em geral possuem sólida formação em teologia, possuem experiência administrativa e pastoral, conhecem as várias áreas da igreja católica e falam vários idiomas. A formação em teologia é relevante porque os Papas são responsáveis por interpretar e transmitir a doutrina da igreja. Já a experiência pastoral em paróquias e outras instituições da Igreja ajuda para que os Papas compreendam os desafios da comunidade católica. E por fim, a experiência administrativa será fundamental para as responsabilidades do Líder da Igreja Católica que envolve gestão de recursos financeiros, a nomeação de bispos, arcebispos, cardeais, e a representação da Igreja no nível internacional.
A questão do domínio de idiomas por parte dos Papas, ajudará no seu relacionamento internacional. Segundo as fontes disponíveis, o Papa que mais idiomas dominava foi João Paulo II, que conhecia 11 idiomas (Polonês, Inglês, Francês, Espanhol, Italiano, Latim, Grego, Russo, Alemão, Ucraniano e Português) e Bento XVI dominava 7 idiomas (Alemão, Inglês, Francês, Espanhol, Italiano, Latim e Português).
Neste momento de vacância da Sé Apostólica, o Colégio de Cardeais não têm poder ou jurisdição alguma no que se refere às questões da competência do Sumo Pontífice, todas essas questões deverão ser exclusivamente reservadas ao futuro Pontífice. É importante destacar, que durante o tempo em que estiver vacante a Sé Apostólica, o governo da Igreja está confiado ao Colégio dos Cardeais, mas somente para o despacho dos assuntos ordinários ou inadiáveis, e para a preparação daquilo que é necessário para a eleição do novo Pontífice.
A Igreja Católica dispõe que durante a vacância da Sé Apostólica, as leis emanadas pelos Sumos Pontífices não podem de modo algum ser corrigidas ou modificadas, nem se lhes pode acrescentar ou subtrair qualquer coisa, nem dispensar, mesmo que seja só de uma parte delas, sobretudo no que diz respeito ao ordenamento da eleição do Sumo Pontífice. Antes, se eventualmente acontecesse de ser feita ou tentada alguma coisa contra esta prescrição é considerada nula e inválida. No período de Sé vacante, haverá duas espécies de Congregações dos Cardeais: uma geral, isto é, de todo o Colégio, até ao início da eleição, e a outra particular. Nas Congregações gerais, devem participar todos os Cardeais não legitimamente impedidos, logo que tenham sido informados da vacância da Sé Apostólica. Contudo, aos Cardeais que não gozam do direito de eleger o Pontífice, é concedida a faculdade de se absterem, se assim o preferirem, de participar nessas Congregações gerais.
A Congregação particular é constituída pelo Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana e por três Cardeais, um de cada uma das ordens, extraídos à sorte dentre os Cardeais eleitores que já chegaram a Roma. O ofício destes três Cardeais, chamados Assistentes, cessa ao completar-se o terceiro dia, sucedendo-lhes no lugar, sempre por meio de sorteio, outros três pelo mesmo espaço de tempo, mesmo depois de iniciada a eleição. Que estas informações ajudem a entender este momento da vivência da Igreja Católica.