Apresentamos adiante as principais estatísticas econômico-financeiras do Brasil, conforme disponibilizado pela nossa autoridade monetária. Conforme o Banco Central do Brasil (BCB), existem alguns Indicadores Econômicos Selecionados que são divulgados semanalmente, com atualização tempestiva de indicadores relevantes sobre atividade econômica, preços, agregados monetários e operações cambiais. A atualização ocorre às quartas-feiras, às 14:30.
Inflação – a meta para a inflação (com limites máximo e mínimo de tolerância), definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Registre-se que a inflação ocorrida refere-se à variação dos últimos 12 meses do IPCA. A inflação do Brasil está atualmente em 4,56%, um pouco acima do limite superior da meta que seria 3,0% + 1,5% = 4,50%. No final do ano passado (2024), a inflação estava em 4,83%, destacando que a última vez que a inflação do Brasil ficou dentro do limite da meta superior foi agosto de 2024, quando estava no patamar de 4,24%.
A inflação, conforme definido pelo Banco Central do Brasil (BCB) é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela implica diminuição do poder de compra da moeda. A inflação é medida pelos índices de preços. O Brasil tem vários índices de preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice utilizado no sistema de metas para a inflação.
Taxa Selic – A taxa de juros Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). A Taxa Selic está atualmente em 13,25%.
Quando o Comitê de Política Monetária definiu a atual taxa de juros da nossa economia, sinalizou o seguinte : “ O ambiente externo permanece desafiador em função, principalmente, da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, o que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes.”
O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central, formado pelo seu Presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia – a Selic. O Copom toma suas decisões a cada reunião, conforme as expectativas de inflação, o balanço de riscos e a atividade econômica. O Banco Central define a taxa Selic visando o cumprimento da meta para a inflação.
Taxa de Câmbio – A Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra. Atualmente as taxas de câmbio das principais moedas de transações internacionais são as seguintes:
Dólar – R$ 5,77 e Euro – R$ 6,27.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – e um índice que reflete as atividades da indústria, dos serviços e da agropecuária. Divulgado mensalmente, tem metodologia diferente da do PIB, portanto não é exatamente uma prévia deste índice.
Em dezembro de 2024, o IBC-Br do Brasil estava em 3,80%, veja que foi um percentual superior ao crescimento do PIB em 2024, que ficou e, 3,4%, mas é próximo.
Taxa de desemprego – é o percentual de cidadãos desempregados medido pelo total de pessoas sem trabalho, mas que procuraram emprego, dividido pelo total de pessoas na força de trabalho. Já a força de trabalho refere-se às pessoas com 14 anos ou mais de idade com potencial para trabalhar. Na base de janeiro de 2025, a taxa de desemprego do Brasil estava em 6,50%, uma das mais baixas taxas de desemprego do país nos últimos anos.
Indicador de Custo de Crédito (ICC) – O ICC é uma medida abrangente do custo do crédito que considera os juros de todas as dívidas não quitadas (ativas) divididas pelo saldo total dessas mesmas dívidas. São levadas em conta as operações com pessoas físicas e jurídicas. Na base de dezembro de 2024, o ICC do Brasil estava em 21,54%.
Reservas Internacionais – São ativos externos do Brasil, geridos pelo Banco Central do Brasil. São recursos para utilização imediata, se eventualmente for necessário financiar saldos negativos das contas externas e/ou estabilizar o mercado de câmbio. Na base de fevereiro de 2025, as reservas internacionais do Brasil estavam em US$ 332,5 bilhões.
Posição Internacional de Investimento – É o saldo de investimentos internacionais que é medido pelo total dos ativos MENOS total de obrigações financeiras EXTERNAS dos residentes contra os não residentes no Brasil. Ativos: Investimento Externo Direto (IDE) e em carteira, derivativos, reservas internacionais, outros. Passivos: Investimento Externo Direto (IED), em carteira, derivativos, outros. Em relação ao PIB do Brasil é um percentual negativo de 44%.
Concessões de Crédito (Recursos Livres) – É o saldo de investimentos internacionais = total dos ativos menos total de obrigações financeiras externas dos residentes contra os não residentes no Brasil. Ativos: IDE e em carteira, derivativos, reservas internacionais, outros. Passivos: IED, em carteira, derivativos, outros. No ano de 2024, os recursos livres para pessoas físicas tiveram uma evolução de 24,44% e para pessoas jurídicas a evolução foi de 17,96%, revelando uma boa evolução nesta modalidade de crédito.
A apresentação dos indicadores acima ajudam a entender uma parte da dinâmica econômica do Brasil que mesmo que tenha apresentado um bom desempenho no crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2024 (3,4%), ainda possui relevantes desafios que seguem a serem superados numa lógica de entrada definitiva na lista das economias avançadas.