ARACAJU/SE, 26 de junho de 2025 , 1:17:45

Evolução da Produção Agrícola de Sergipe

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou recentemente os últimos dados do levantamento sistemático da produção agrícola de Sergipe na base de abril/2021. Visando disseminar a importância da produção agrícola do estado na segurança alimentar, irei comentar os dados disponibilizados pela instituição.

Cabe ressaltar que o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, é uma pesquisa de previsão e acompanhamento mensal das safras agrícolas, com estimativas de produção, rendimento médio e áreas plantadas e colhidas, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, de cada cultura investigada.

Conhecer as mudanças na produção, na área plantada e colhida auxilia no entendimento das mudanças culturais do meio rural sergipano, nas variações de vocação produtiva ou mesmo escolhas individuais dos produtores que são sinalizadas em geral pelos consumidores urbanos.

Com relação aos cereais, leguminosas e oleaginosas, a safra de 2021 está apresentando uma elevação de 7,5% em relação à safra de 2020. Em 2020, a produção foi de 883.838 toneladas e em 2021 de 949.917 toneladas.

As principais culturas de destaque são: amendoim 2ª safra, aumento na produção de 1,9% – produzindo em 2021, 1.712 toneladas; arroz, aumento de 15,1% – produzindo em 2021, 35.765 toneladas; feijão 2ª safra, aumento de 17,2% – produzindo em 2021, 3.840 toneladas; milho 2ª safra, aumento de 7,2% – produzindo em 2021, 908.600 toneladas; cana-de-açúcar, esta cultura teve uma queda de 1,0% na produção, em 2021 ficou em 2.046.929 toneladas; Laranja, queda na produção de 0,9%, produzindo 356.624 toneladas; mandioca, queda na produção em 0,4%, produzindo em 2021, 151.192 toneladas.

Analisaremos adiante, a área plantada, por período da safra e produto em hectares, fins conhecer a utilização da terra agrícola em Sergipe e a orientação da agricultura.

A área plantada em Sergipe, apresenta um aumento de 0,2% em relação a 2020, com 253.835 hectares. Cereais, leguminosas e oleaginosas tiveram um aumento de área plantada de 0,3%, passando para 164.620 hectares, equivalentes a 64,8% da área plantada do estado, destacando-se o seguinte: amendoim manteve a área plantada de 1.200 hectares, isto significa que a produtividade do amendoim vem evoluindo, pois a produção teve aumento, conforme já apresentado anteriormente; arroz teve aumento na área plantada de 9,5% passando para 4.620 hectares; feijão 2ª safra, teve redução na área plantada em 0,8%, plantando-se 4.800 hectares em 2021; milho (2ª safra), uma evolução de apenas 0,1%, com uma área de 154.000 hectares; cana-de-açúcar, manteve a área plantada em 39.951 hectares, é uma cultura com queda na produtividade, pois reduziu a produção; também foram mantidas as áreas plantadas de laranja e mandioca com áreas de 32.864 hectares e 15.950 hectares respectivamente.

A análise seguinte é sobre a área colhida, que em 2021 apresenta um aumento de 0,2%, com uma área total de 246.220 hectares, equivalentes a 97% da área plantada. Observa-se que a área colhida está muito próxima da área plantada, o que em minha visão é positivo, pois pode significar que tivemos poucas ocorrências de fatores adversos de ordem climática, fitossanitária ou econômica.

A área colhida de cereais, leguminosas e oleaginosas aumentou em 0,3%, com 164.620 hectares, equivalentes a 100% da área plantada, ou seja, toda a área plantada foi colhida, o ideal na produção de alimentos.

Analisando o rendimento médio das culturas de Sergipe, temos o seguinte: amendoim (2ª safra), um aumento de produtividade de 1,9%, com uma produtividade de 1.427 Kg/hectare; arroz, amento de 5,1% na produtividade, com um rendimento médio de 7.741 Kg/hectare; feijão (2ª safra) aumento na produtividade de 18,2%, com um rendimento de 800 Kg/hectare; milho (2ª safra), aumento na produtividade de 7,1%, com um rendimento de 5.900 Kg/hectare; cana-de-açúcar, redução de 1,0% na produtividade, com um rendimento médio de 51.236 Kg/hectare; laranja, queda de 0,9% na produtividade e rendimento médio de 11.353 Kg/hectare e; mandioca queda de 0,4% na produtividade e um rendimento médio de 14.386 Kg/hectare.

Estes dados da produção agrícola de Sergipe de algumas culturas selecionadas, aqui não estão discriminadas todas as culturas agrícolas que são produzidas em Sergipe, mas algumas; apontam aspectos que podem ser analisados nas políticas públicas municipais para que as respectivas Secretarias municipais que cuidam da melhoria da produção agrícola possam desenvolver ações que viabilizem um adequado ciclo vegetativo das culturas, destacando-se que o ciclo vegetativo é o período de vida da planta, compreendido entre o plantio e a colheita. Não discriminei neste ensaio os chamados cultivos associados e intercalados que são importantes para um melhor aproveitamento das áreas disponíveis para cultivo.

Do ponto de vista técnico, o cultivo associado é aquele em que existe o plantio de duas ou mais culturas temporárias numa mesma área, denominada de área de associação e o cultivo intercalado é o plantio de uma cultura temporária nas ruas de lavouras permanentes, é uma espécie de intercalação. Cabe destacar que o determinismo geográfico possui componentes que influenciam nesta produção agrícola de Sergipe, a exemplo de clima, hidrografia, vegetação e solos.

Ressalte-se que algumas ações públicas estaduais que auxiliam e incentivam a produção agrícola em Sergipe, destas destaco as seguintes mais recentes: a prorrogação do incentivo fiscal para produtores de milho, que mantém a redução da alíquota do ICMS em 2% nas operações comerciais internas e interestaduais de milho em grãos; a obtenção por parte da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca de Sergipe de um apoio do Banco do Nordeste para oferecer crédito para o plantio de milho crioulo, será a primeira vez que agricultores familiares em Sergipe terão recursos específicos para o plantio dessa cultura; e aplicação de aproximadamente R$ 7,8 milhões na construção de sistemas de abastecimento de água a partir de poços tubulares em municípios sergipanos.

Mesmo diante de constantes desafios e adversidades, os produtores rurais sergipanos mantêm a saga da produção de alimentos fundamentais para a nossa vida, que eles sigam esta trajetória e tenhamos sucessão neste processo de evolução da produção agrícola sergipana.