ARACAJU/SE, 22 de outubro de 2024 , 10:24:12

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Fissura Labiopalatina e Saúde Pública: Desafios e Estratégias de Intervenção

*Por Marlos Cesar Bomfim Cabral

 

A fissura labiopalatina constitui um relevante problema de saúde pública ainda nos dias atuais, mesmo diante dos avanços tecnológicos e científicos e tratamentos especializados e interdisciplinares. Culturalmente e historicamente conhecida pelo termo genérico “lábio leporino”, resume-se a uma má formação, em que o lábio superior é dividido, podendo tal divisão se prolongar até a base do nariz.

Considerando que o termo adequado é fissura ou fenda palatina (ou palatal), esta se trata de um grupo de condições em que se inclui a fenda labial ou a fenda palatal, ou ambas. A fenda pode se situar somente em um dos lados ou em ambos os lados, prolongando-se até ao palato e, assim, mantendo uma comunicação entre a cavidade nasal e a cavidade bucal.

A condição pode ter causa genética ou estar associada a outras anomalias. Também pode estar relacionada a fatores ambientais como obesidade, deficiência de vitaminas, uso de determinados medicamentos como corticoides e anticonvulsivantes, além do etilismo (uso de bebidas alcoólicas) e tabagismo (uso de cigarro) pela mãe durante o período gestacional, especialmente no primeiro trimestre.

Ainda bebês, os pacientes são submetidos a diversas intervenções cirúrgicas, visando vedar o palato e, assim, impedir a comunicação entre as cavidades bucal e nasal. Além disso, a continuidade do tratamento se dá de forma interdisciplinar, com especialistas nas áreas da saúde, tais como prótese, ortodontia, ortopedia funcional dos maxilares, cirurgia, fonoaudiologia e psicologia.

A reabilitação é essencial para as questões funcionais e qualidade de vida; e o acompanhamento psicológico dos pacientes e de seus pais é fundamental para a compreensão de cada caso e para a relação com os familiares e a sociedade.

*É Cirurgião-Dentista (CRO-SE 1211), especialista em Saúde Coletiva e Saúde da Família, conselheiro presidente da Comissão de Políticas Públicas de Saúde do CRO-SE.

 

Saúde bucal e diabetes 1

O dia 26 de junho volta os olhares para a diabetes e o CRO-SE alerta para suas principais complicações bucais: a doença periodontal, que inclui gengivite e periodontite. A gengivite, uma inflamação das gengivas, pode evoluir para periodontite, afetando os tecidos e ossos que sustentam os dentes. Além disso, infecções fúngicas, como a candidíase oral, são mais comuns em diabéticos devido ao sistema imunológico comprometido e à boca seca (xerostomia), uma condição frequente em pacientes com diabetes.

 

Saúde bucal e diabetes 2

Por isso, pacientes diabéticos precisam redobrar os cuidados com a saúde bucal. Manter uma rotina de higiene bucal rigorosa, com escovação e uso do fio dental, é essencial. Visitas regulares ao cirurgião-dentista também são indispensáveis para garantir a detecção precoce e o tratamento adequado de problemas bucais. Além disso, um acompanhamento multidisciplinar, com endocrinologistas, nutricionistas, e demais profissionais indicados, são fundamentais para um manejo eficaz.

 

Capacitação ASBs e TSBs

No dia 20 de julho, o Conselho Regional de Odontologia de Sergipe realiza mais um encontro do Curso de Atualização para Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal. O evento será realizado no auditório do CRO-SE, das 8h30 às 12h, e terá como tema “Primeiros Socorros em Urgência e Emergência”, que será abordado pelo Prof. MsC. Breno Ferreira Barbosa. As inscrições podem ser feitas através do whatsapp (79) 98115-4395, mediante a doação de 1kg de alimento não perecível no dia do evento.