ARACAJU/SE, 19 de dezembro de 2025 , 10:53:55

Gripe K: alerta global e recomendações para o Brasil

 

A ameaça da chamada gripe K, variante do vírus influenza A (H3N2), tem mobilizado autoridades sanitárias em todo o mundo. Embora não se trate de um vírus novo, mas sim de um subclado genético identificado como J.2.4.1, sua rápida disseminação desde agosto de 2025 acendeu o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou casos da variante em amostras analisadas no Pará, reforçando a necessidade de vigilância e vacinação.

A gripe K é uma evolução esperada do vírus influenza A (H3N2), conhecido por sofrer mutações frequentes. Segundo especialistas, os sintomas são semelhantes aos da gripe comum: febre, tosse, dor de cabeça, congestão nasal e mal-estar. No entanto, surtos dominados pelo subtipo H3N2 costumam ser mais severos em idosos, crianças pequenas e pessoas com doenças crônicas.

Em crianças, a febre pode ser mais alta, acompanhada de linfonodos inchados e complicações respiratórias como bronquite ou bronquiolite. Em idosos, a febre tende a ser menos intensa, o que dificulta a identificação precoce. Já em imunossuprimidos, há maior risco de evolução para quadros graves, como pneumonia e descompensação de doenças crônicas.

A OMS afirma que, até o momento, não há evidências de que a gripe K provoque quadros mais graves do que outras variantes do H3N2. Contudo, a entidade destaca a velocidade de propagação como fator de preocupação, especialmente porque coincide com o inverno no Hemisfério Norte, período de maior incidência de infecções respiratórias.

Entre as recomendações da OMS estão: Reforço da vacinação contra influenza, mesmo que a cepa atual não cubra integralmente o subclado K; Preparação dos sistemas de saúde para um possível aumento de hospitalizações; Medidas de prevenção individuais, como uso de máscaras em ambientes fechados, higiene das mãos e etiqueta respiratória.

No Brasil, o Ministério da Saúde reforça que a vacinação é a principal medida de proteção contra casos graves e óbitos por síndromes respiratórias agudas graves (SRAG). A vacina contra influenza é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a grupos prioritários: Crianças de 6 meses a menores de 6 anos; Idosos; Gestantes e puérperas; Profissionais da saúde e professores; Povos indígenas e pessoas em situação de rua; Indivíduos com doenças crônicas ou deficiência permanente.

Além disso, o ministério recomenda evitar aglomerações, manter ambientes ventilados e procurar atendimento médico diante de sintomas persistentes ou agravados.

Cuidados preventivos para grupos vulneráveis: Crianças: manter calendário vacinal atualizado, estimular higiene das mãos e evitar contato com pessoas gripadas; Idosos: atenção redobrada aos sintomas, mesmo quando discretos; vacinação anual é fundamental; Imunossuprimidos: uso de máscara em locais fechados, evitar viagens em períodos de alta circulação viral e acompanhamento médico regular.

Embora a OMS não classifique a gripe K como uma pandemia, o alerta global reflete a preocupação com a capacidade de transmissão acelerada e a possibilidade de sobrecarga dos sistemas de saúde. A circulação antecipada no Hemisfério Norte aumenta a chance de que o Brasil enfrente uma temporada de gripe mais intensa em 2026.

A gripe K representa um desafio de saúde pública que exige vigilância constante, campanhas de vacinação eficazes e conscientização da população. A experiência com pandemias anteriores mostra que a prevenção é a melhor estratégia. Para crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa, a combinação de vacina e cuidados básicos pode ser decisiva para evitar complicações.