O Brasil está enfrentando um surto de herpes zoster. Em 2023, houve um aumento alarmante de 568% nos casos, totalizando cerca de 127 mil. Nos primeiros dois meses de 2024, o vírus já afetou 27 mil pessoas, três vezes mais do que no mesmo período de 2023.
O herpes zoster, também conhecido como cobreiro, é causado pelo mesmo vírus da catapora (varicela-zoster). Após a infecção inicial, o vírus pode permanecer inativo no corpo e reativar-se anos depois, causando o herpes zoster.
Os sintomas do herpes zoster, podem ser bastante desconfortáveis, e incluem: bolhas vermelhas que afetam apenas um lado do corpo, geralmente formando um “caminho”, as bolhas secam e formam crostas após alguns dias; dor intensa, formigamento ou sensação de queimação na área afetada; coceira no local das erupções; febre baixa, entre 37 e 38 graus; mal-estar geral e dor de cabeça. Outros sintomas são sensação de cócegas ou formigamento próximo à região afetada e, em alguns casos, pode haver dor antes mesmo das erupções aparecerem.
Estes sintomas duram geralmente entre 2 e 4 semanas, mas a dor pode persistir por mais tempo em alguns casos, uma condição conhecida como neuralgia pós-herpética.
Os idosos e as pessoas com sistema imunológico enfraquecido são os que têm maior possibilidade de desenvolver a doença.
Pessoas com mais de 50 anos têm maior risco, com a incidência aumentando significativamente após os 60 anos. Os portadores de doenças decorrentes da AIDS, lúpus, diabéticos descompensados; as pessoas que fazem tratamento que afetam a imunidade como quimioterapia e uso prolongado de corticoides; e, o histórico de ter contraído catapora, além do estresse e traumatismo, também podem ser fatores de risco.
Existem no mercado duas vacinas, Shingriz, produzida pela GSK, é administrada em duas doses com intervalo de dois meses, e é indicada para pessoas com mais de 50 anos e imunocomprometidos, prometendo uma eficácia de até 97%; e, a Zostavax, produzida pela MSD, é administrada em dose única, indicada para pessoas com mais de 50 anos, e promete uma eficácia de cerca de 70%.
Infelizmente, as duas vacinas não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde, apenas no sistema privado e podem ser bastante caras. A Shingriz, por exemplo, pode custar até R$ 1.686,00 para o esquema completo.
Há um projeto em tramitação na Câmara dos Deputados para incluir a vacina contra herpes zoster no calendário nacional de imunização do SUS, mas ele está parado há algum tempo. A mesma Câmara dos Deputados que é muito ágil para discutir, por exemplo, a anistia das multas eleitorais aplicados aos partidos e políticos por descumprimento da legislação eleitoral. Ou ainda, para criar emendas parlamentares não rastreáveis pelos sistemas de controle, chamadas de emendas pix.
Espera-se que aqueles que tenham mais de 50 anos lembrem disso na hora de votar.