ARACAJU/SE, 2 de dezembro de 2024 , 6:36:42

logoajn1

Infraestrutura da Região Nordeste – Setor de Energia

Dando continuidade à difusão de informações do estudo da Confederação Nacional da Indústria – CNI, sobre o Panorama da Infraestrutura na Região Nordeste, abordaremos neste artigo dados da variável energia. A energia em nossa vida possui uma forte influência no modo e estilo de viver, pois é uma variável de infraestrutura que apresenta diversos benefícios para a sociedade e que define a capacidade de expansão econômica de um território.

Conforme o estudo da CNI, o Brasil gerou 839.097 MW médios de energia em 2023, sendo a Região Nordeste responsável por aproximadamente 22% do total, é um percentual em evolução e que auxilia, inclusive, no processo de captação de novos investimentos. Destacando no estudo da CNI que no ano de 2023, a geração de energia elétrica nos estados que compõem a Região Nordeste registrou 181.938 MW médios. Nesse mesmo período, a fonte que apresentou a maior participação na geração de energia foi a eólica, representando 64% do total gerado no ano. A boa notícia do estudo é que de acordo com estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Região Nordeste deve aumentar a capacidade total de geração de energia elétrica, em 2,53% ao ano, no período entre 2024 e 2029. Existem também, estimativas da Aneel que apontam uma taxa média de crescimento da capacidade instalada de geração elétrica em 24,21% ao ano nesse mesmo período.

Em tempos de riscos climáticos com redução e incertezas com o período de chuvas, diminuir a dependência da energia hidráulica é estratégico. Neste sentido, o Nordeste segue em um bom caminho, pois existe uma previsão otimista para a expansão da geração das fontes de energia alternativa fazendo com que estas fontes tenham uma participação até 2029, de 87% da capacidade instalada na Região Nordeste. O destaque é para a fonte fotovoltaica que possui a maior previsão de aumento da capacidade instalada, com um crescimento de 1.099% até 2029. Em segundo lugar fica a fonte eólica, com previsão de 86% de aumento de capacidade nesse mesmo intervalo.

A CNI aponta em seu estudo que o consumo industrial de energia elétrica da Região Nordeste representou cerca de 15% do nacional é um percentual baixo para o potencial existente na Região. Dessa forma, demonstrar que a Região está em processo de evolução na oferta de energia elétrica será fundamental para o crescimento industrial da Região.

O estudo da CNI aponta que de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2020, a Região Nordeste possuía um total de 25,87 GW de potência instalada de energia eólica, nos 875 parques 36 em operação na localidade. No Brasil, a potência instalada proveniente dessa fonte é equivalente a 28 GW, em um total de 978 parques em operação. No Brasil, 92,4% da potência instalada e 89,4% dos parques em operação de energia eólica onshore estão localizados na Região Nordeste. Além disso, a Região Nordeste é responsável por cerca de 44% de projetos em licenciamento de energia eólica offshore, demonstrando que a Região é uma nova fronteira de oferta de energia no país.

Na Região Nordeste também desponta uma nova vedete na geração de energia que é o Hidrogênio Renovável, atendendo as demandas atuais de resolução dos problemas ambientais decorrentes da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre. O estudo da CNI destaca que o hidrogênio tem se consolidado como uma das principais fontes alternativas a serem utilizadas nos processos que envolvem a utilização de combustíveis fósseis. Dentre as fontes renováveis de matéria-prima que fornecem átomos de hidrogênio, temos como exemplos principais a água (H2O), a biomassa e os biocombustíveis (líquidos e gasosos). No caso do hidrogênio verde (H2V), sua produção é feita a partir da eletrólise da água, que é um processo caracterizado pela utilização da corrente elétrica para realizar a separação entre o hidrogênio e o oxigênio que compõem a molécula de água. Como esse método demanda alta quantidade de energia elétrica, é essencial que a fonte utilizada em sua produção seja limpa e renovável, tal como a solar, eólica ou hídrica.

De acordo com levantamento feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Região Nordeste tem um potencial total para produzir cerca 9,8 milhões de toneladas de hidrogênio ao ano.

O potencial de produção de hidrogênio renovável no Brasil equivale a 19,5 milhões de toneladas no ano e o Nordeste seria responsável por aproximadamente 51% dessa produção total.

Em termos de potencial técnico por fonte onshore tH2/ano, a principal fonte utilizada para a produção do hidrogênio renovável na região seria a energia eólica, chegando a representar cerca de 63,69% do total, seguida pela fotovoltaica (15,64%), biomassa (12,64%) e hidráulica (8,03%).

O estudo da CNI refere-se às informações disponibilizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), para revelar que a produção de gás natural na Região Nordeste, em 2023, foi equivalente a 3.240 mil m³/dia. A proporção de gás natural queimado, perdido, reinjetado e consumido nas unidades de exploração e produção (E&P) situadas no Nordeste foi de 13%. Em 2023, o consumo médio total de gás natural no Brasil foi de 52.682 mil m³/dia, o consumo da Região Nordeste representou 27% desse total.

O estudo da CNI informa que, conforme a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS), o consumo médio de gás natural na Região Nordeste foi de cerca de 14.207 mil m³/dia em 2023. O setor industrial consumiu aproximadamente 7.845 mil m³/dia de gás natural, o que equivale a 55% do total consumido na região nesse mesmo período. E este é um insumo muito demandado pelo setor industrial.

A infraestrutura no setor de energia demonstra que a Região Nordeste possui grandes oportunidades de crescimento e desenvolvimento econômico.