ARACAJU/SE, 3 de agosto de 2025 , 3:43:15

(LEIA EM 2 MIN) – FRENTISTAS, VENDEDORES COMO CRIADORES DE CONTEÚDO DE MARCA: REVOLUÇÃO OU DESVIO DE ROTA?

 

“Nova modalidade de exploração: ATIVAR ✅”

“Criar conteúdo de graça pra economizar com influenciador.”

“Na teoria, tudo lindo. Na prática, péssima ideia.”

— Comentários reais sobre a estratégia da Chilli Beans nas redes sociais.

Nos últimos dias, duas marcas — Postos Petrobras e Chilli Beans — reacenderam um debate quente: e se os próprios colaboradores virassem creators? Frentistas, vendedores e atendentes aparecem nas redes sociais como influenciadores da empresa.

Uma aposta ousada. Mas que, como mostram os comentários acima, divide opiniões com força.

Nem toda crítica é infundada. Mas nem toda inovação é exploração.

De forma bem direta: sou defensora desse tipo de ação.

Dar protagonismo aos colaboradores, envolver quem está no front da experiência com o cliente e abrir espaço para vozes reais é algo poderoso — quando bem feito.

Mas aqui entra o ponto central da minha opinião: isso precisa ser voluntário, não empurrado.

Para funcionar de verdade, são indispensáveis:

  • Consentimento claro por parte dos funcionários voluntários;
  • Treinamento básico da empresa, principalmente da equipe de marketing;
  • Envolvimento das lideranças;
  • Reconhecimento de quem participa;
  • E, acima de tudo, alinhamento cultural.

O que os comentários dizem sobre a ação da Chilli Beans?

A imagem com os comentários do Instagram é evidente, muita gente entendeu a ação da Chilli Beans como exploração disfarçada.

Mesmo sem conhecermos os bastidores dessas propostas por parte das empresas, isso revela um ponto crítico da opinião pública:

➡️ Quando falta comunicação clara, até boas intenções viram ruído.

➡️ Quando o colaborador não entende o propósito, a ação parece tarefa extra( sem recompensa).

E aqui não se trata de julgar a operação interna da marca, mas de refletir sobre a percepção que esse tipo de estratégia gera.

Criação interna é potência. Mas precisa de base.

Nem todo mundo quer gravar vídeo no trabalho. E tá tudo bem! Criar conteúdo exige vontade, energia e contexto.

Mas quando existe:

  • Liberdade para participar;
  • Apoio real da empresa;
  • E uma cultura que valoriza a voz interna e as marcas pessoais dos colaboradores…

… o resultado pode ser poderoso. Advocacia de marca empregadora.

“Noves Fora”

Chamar toda iniciativa desse tipo de “exploração” é, na minha visão, um equívoco.

A questão não é se o colaborador pode ser creator —

é se ele quer, se ele pode escolher, e se a empresa está preparada para apoiar.

📌 Criatividade não é obrigação.

📌 E autenticidade de marca não se força, se cultiva.

Então, sua marca está formando creators por cultura… ou por economia?

Referências:

  • Comentários sobre a ação da Chilli Beans, extraídos de publicação no Instagram da @meioemensagem dia 22 de julho.

Matéria da Meio & Mensagem (jul/2025): “Postos Petrobras incentivam frentistas a virarem creators”