“Nova modalidade de exploração: ATIVAR ✅”
“Criar conteúdo de graça pra economizar com influenciador.”
“Na teoria, tudo lindo. Na prática, péssima ideia.”
— Comentários reais sobre a estratégia da Chilli Beans nas redes sociais.
Nos últimos dias, duas marcas — Postos Petrobras e Chilli Beans — reacenderam um debate quente: e se os próprios colaboradores virassem creators? Frentistas, vendedores e atendentes aparecem nas redes sociais como influenciadores da empresa.
Uma aposta ousada. Mas que, como mostram os comentários acima, divide opiniões com força.
Nem toda crítica é infundada. Mas nem toda inovação é exploração.
De forma bem direta: sou defensora desse tipo de ação.
Dar protagonismo aos colaboradores, envolver quem está no front da experiência com o cliente e abrir espaço para vozes reais é algo poderoso — quando bem feito.
Mas aqui entra o ponto central da minha opinião: isso precisa ser voluntário, não empurrado.
Para funcionar de verdade, são indispensáveis:
- Consentimento claro por parte dos funcionários voluntários;
- Treinamento básico da empresa, principalmente da equipe de marketing;
- Envolvimento das lideranças;
- Reconhecimento de quem participa;
- E, acima de tudo, alinhamento cultural.
O que os comentários dizem sobre a ação da Chilli Beans?
A imagem com os comentários do Instagram é evidente, muita gente entendeu a ação da Chilli Beans como exploração disfarçada.
Mesmo sem conhecermos os bastidores dessas propostas por parte das empresas, isso revela um ponto crítico da opinião pública:
➡️ Quando falta comunicação clara, até boas intenções viram ruído.
➡️ Quando o colaborador não entende o propósito, a ação parece tarefa extra( sem recompensa).
E aqui não se trata de julgar a operação interna da marca, mas de refletir sobre a percepção que esse tipo de estratégia gera.
Criação interna é potência. Mas precisa de base.
Nem todo mundo quer gravar vídeo no trabalho. E tá tudo bem! Criar conteúdo exige vontade, energia e contexto.
Mas quando existe:
- Liberdade para participar;
- Apoio real da empresa;
- E uma cultura que valoriza a voz interna e as marcas pessoais dos colaboradores…
… o resultado pode ser poderoso. Advocacia de marca empregadora.
“Noves Fora”
Chamar toda iniciativa desse tipo de “exploração” é, na minha visão, um equívoco.
A questão não é se o colaborador pode ser creator —
é se ele quer, se ele pode escolher, e se a empresa está preparada para apoiar.
📌 Criatividade não é obrigação.
📌 E autenticidade de marca não se força, se cultiva.
Então, sua marca está formando creators por cultura… ou por economia?
Referências:
- Comentários sobre a ação da Chilli Beans, extraídos de publicação no Instagram da @meioemensagem dia 22 de julho.
Matéria da Meio & Mensagem (jul/2025): “Postos Petrobras incentivam frentistas a virarem creators”