✨ “Velho para trabalhar” ou velho demais para ignorar? ✨
Imagine abrir o LinkedIn e ver um selo provocador estampado no perfil de um executivo: #OldToWork. Foi exatamente isso que o Grupo Boticário fez, a partir da sua VP de marketing, Renata Gomide — e o mercado precisou prestar atenção.
O que é etarismo (e por que você deve se importar)?
Etarismo é o preconceito baseado na idade. E ele não escolhe direção:
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Afeta os mais velhos, vistos como ultrapassados, desatualizados ou improdutivos.
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E também os mais jovens, frequentemente subestimados, considerados imaturos ou incapazes de liderar.
⌛ Esse preconceito tira oportunidades, reduz a diversidade e empobrece a cultura corporativa.
A provocação do Boticário: #OldToWork
Inspirado no selo global #OpenToWork, o Grupo Boticário lançou o #OldToWork, um movimento que estampa o preconceito para combatê-lo de frente.
Líderes da companhia passaram a exibir o selo em seus perfis no LinkedIn, questionando estereótipos e convidando outras marcas a repensarem suas práticas de contratação e promoção interna.
✅ Um gesto simbólico? Sim. Mas com força para virar o jogo.
Junto com o selo, o Boticário lançou o programa “Novos Começos”, parte do Pacto Prateado — uma iniciativa criada em 2024 para acelerar a inclusão de pessoas 45+ no mercado. A proposta trata o envelhecimento como oportunidade e inclui ações de capacitação, reinserção e valorização de trajetórias profissionais maduras.
A marca também criou a Trilha Antietarista, um curso gratuito e online, com conteúdos voltados à diversidade etária. Lideranças e especialistas compartilham estratégias práticas para tornar os ambientes corporativos mais inclusivos, humanos e intergeracionais.
E mais:
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🧠 Workshops sobre preconceito etário
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🗣️ Treinamentos em linguagem inclusiva
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👥 Painéis com especialistas em longevidade e RH
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📢 Campanhas com histórias reais de reinvenção profissional
Tudo isso para transformar cultura organizacional em prática diária — e dar o exemplo que o mercado precisa seguir.
Brasil: um país que envelhece, mas não inclui
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Em 2022, 57% da força de trabalho brasileira já tinha mais de 45 anos.
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Ainda assim, apenas 3% a 5% dos cargos nas empresas são ocupados por pessoas acima de 50.
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Estima-se que 78% das organizações no Brasil tenham barreiras para contratar profissionais maduros.
⚠ O mercado de trabalho está ficando para trás — literalmente.
Quer combater o etarismo na sua empresa? Comece por aqui:
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Recrutamento cego: foque em competências, não em datas de nascimento.
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Treinamentos de vieses inconscientes: ajude líderes a identificar (e eliminar) preconceitos internos.
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Mentoria reversa: jovens ensinando tecnologia, veteranos ensinando gestão e visão estratégica.
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Políticas claras de diversidade etária: faça disso um pilar, não uma exceção.
Os obstáculos para trazer o tema à pauta
Apesar da importância do debate, muitas empresas ainda esbarram em desafios práticos para colocar o etarismo na agenda:
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❗ Falta de diagnóstico interno: poucas organizações mapeiam a idade de seus colaboradores ou monitoram a exclusão etária nos processos seletivos.
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🚧 Medo da exposição: tocar no tema pode trazer à tona práticas discriminatórias que a marca ainda não sabe como resolver.
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📉 Ausência de indicadores de diversidade etária: sem dados, não há gestão — e sem gestão, não há mudança.
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🗓️ Prioridades concorrentes: ESG, diversidade racial, inclusão PCD — a pauta etária muitas vezes fica para depois.
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🤐 Desconforto cultural: o envelhecimento ainda é um tabu em muitos ambientes corporativos.
Reconhecer essas barreiras é o primeiro passo. O segundo? Encarar a inclusão etária como uma vantagem competitiva.
Os desafios são reais, mas superáveis:
☑ O etarismo é uma barreira silenciosa, mas não intransponível. O movimento #OldToWork mostra que, com coragem e atitude, é possível liderar mudanças reais.
Marcas que se posicionam ganham reputação, talento e relevância. Porque diversidade de idade também é inteligência de negócio.
Fontes
Esta coluna foi construída com base em conteúdos e dados divulgados por veículos e instituições reconhecidas. A Exame destacou o movimento #OldToWork e a criação do Pacto Prateado pelo Grupo Boticário (https://exame.com/marketing/no-linkedin-o-boticario-provoca-mercado-com-selo-oldtowork-contra-o-etarismo/). A CNN Brasil abordou os impactos do etarismo na vida dos idosos, tanto na saúde quanto na inclusão social (https://www.cnnbrasil.com.br/saude/o-que-e-etarismo-e-como-a-discriminacao-por-idade-impacta-a-vida-de-idosos/). O portal RH Pra Você contribuiu com insights sobre como o preconceito etário se manifesta nas organizações (https://rhpravoce.com.br/colab/etarismo-no-trabalho-o-que-e-e-como-combater). O Tribunal Superior do Trabalho (TST) publicou reflexões sobre a colaboração entre gerações no ambiente de trabalho (https://tst.jus.br/-/desafiando-o-etarismo-como-a-colaboracao-entre-geracoes-pode-transformar-o-mercado-de-trabalho). Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia ofereceram embasamento técnico sobre os desafios do envelhecimento e a necessidade de políticas inclusivas (https://www.who.int/pt/news-room/questions-and-answers/item/ageing-ageism e https://sbgg.org.br/).