ARACAJU/SE, 2 de abril de 2025 , 1:31:37

LEIA EM 3 MINUTOS: A CAMPANHA DA VANISH E OS TEMAS QUE AS MARCAS DEVEM “METER A COLHER”

🔎 A Vanish e sua última campanha: “as manchas do bullying”.

A animação (muito bem feita) mostra um menino que sofre bullying no refeitório da escola e acaba sujando o uniforme. Com vergonha, ele se retrai, esconde a situação da família e joga a roupa manchada em um canto. Mas a mancha ganha vida na forma de um polvo sombrio, crescendo conforme se alimenta da dor e da exclusão que ele enfrenta. A criatura vai se tornando maior e mais opressora até que sua mãe percebe a situação. Com carinho, escuta, acolhe e, com diálogo, faz o “monstro” desaparecer, mostrando o poder transformador do apoio e da conversa.

O que a Vanish ganha aqui? Primeiro, reforça sua conexão com as mães, mostrando que entende seus desafios diários e se posiciona como parceira nessa jornada. Além disso, transforma um produto cotidiano em um símbolo de acolhimento e cuidado, trazendo um significado maior para algo aparentemente simples como remover manchas.

Trazendo para o universo das manchas, Vanish coloca o bullying no centro da conversa, falando sobre as cicatrizes invisíveis da exclusão, da dor e do silêncio. E foi aí que a marca decidiu agir: não apenas com um discurso bonito, mas com ações concretas, criando materiais educativos para professores e pais, além de um curta-metragem que incentiva um papo sério e necessário sobre o tema.

💬 E aí, marcas devem se meter nesses debates?

Se você ainda acha que vender é só empurrar produto, sinto muito, mas parou no tempo.

🏆 O consumidor não quer só produto, quer significado

Hoje, ninguém quer só mais um sabão ou um tira-manchas. O que atrai o consumidor é relevância. Marcas que são donas de um posicionamento forte têm propriedade para extrapolar as funcionalidades do produto e se tornarem parte da vida das pessoas.

✅ Marcas que falam a língua das pessoas, que abordam realidades concretas, se tornam relevantes e humanas.

❌Mas, calma lá: isso exige coerência. Se forçar a barra, vira piada. Se for autêntico, vira lovebrand.

🎯 Identificação com o Público-Alvo

Eu adoro quando uma propaganda me pega pelo coração. Não é sobre vender um produto, é sobre contar uma história que me faz sentir algo, que me faz lembrar dela dias depois. Campanhas que mexem com a gente ficam na memória porque falam de verdades que a gente vive ou conhece.

Quando vejo uma marca acertando nisso, já sei: eles entenderam o jogo.

🔹 Dove em “Reverse Selfie” (Selfie reversa) → Mostrou como a pressão estética das redes sociais afeta meninas. O vídeo reverte o processo de edição de uma selfie e escancara como filtros distorcem a realidade. No final? Um alerta de conscientização sobre autoestima.

🔹 Pampers em “Love the Change” (Ame a mudança) → Jogou um balde de água fria no velho estereótipo de que só mães cuidam dos bebês. A campanha exaltou pais assumindo fraldas e afeto, reforçando que paternidade ativa não é favor, é obrigação.

🔹 Always em “Like a Girl” (Como uma menina) → A campanha começou com um experimento social: adultos e adolescentes foram convidados a demonstrar como correm, jogam ou lutam “como uma menina”. A maioria executou os movimentos de forma frágil e desajeitada. Em seguida, meninas mais jovens foram desafiadas a fazer o mesmo e surpreenderam com força e determinação. A virada acontece quando os participantes percebem como a expressão pode ser pejorativa. No fim, a mensagem é clara: ser menina nunca foi sinônimo de fraqueza, e essa mentalidade precisa mudar.

Nada disso foi feito no improviso. Essas marcas entenderam as dores do público e acertaram em cheio.

Agora, anota aí os 3 P’s para marcas que querem fazer a diferença:

📝Os 3 P’s para Marcas Trabalharem

👥Público: conheça as dores reais de quem usa o seu produto Se sua marca não sabe com quem está falando, tá jogando campanha no lixo.

🔍 Pergunta-chave: Onde aperta o calo do meu consumidor? Quais são as dores reais que ele enfrenta ao usar (ou precisar) do meu produto? Se a resposta for um chute, é hora de ouvir mais e presumir menos.

🎯 Propósito: escolha um problema para resolver e vá fundo. Marcas que mudam de causa como quem troca de roupa perdem credibilidade. O público percebe e não compra a ideia.
Dove fala de autoestima. Always bateu na tecla da confiança feminina. Não dá para ficar pulando de assunto só porque virou trend. Seja firme na sua bandeira e construa um legado. Marcas que mudam de causa como quem troca de roupa perdem credibilidade.

🔍 Pergunta-chave: Qual problema social ou comportamental meu produto pode ajudar a resolver de forma genuína? Minha marca tem histórico e autoridade para falar sobre isso ou estou apenas seguindo a onda?

🔥 Posicionamento: tenha personalidade, não surfe todas as ondas. Tentar agradar todo mundo é o caminho mais rápido para se tornar irrelevante. Marcas sem identidade desaparecem na multidão.

O segredo? Seja autêntico. Não adianta tentar copiar o concorrente ou se encaixar em qualquer onda do momento. O público percebe quem está sendo forçado. Escolha um território, tenha uma opinião e construa sua voz de forma genuína.

❌Não copie. Não force. Construa uma presença que seja impossível de ignorar. Tentar agradar todo mundo é o caminho mais rápido para se tornar irrelevante.

🔍 Pergunta-chave: Como minha marca pode se diferenciar sem perder sua essência? Estamos criando uma identidade forte ou apenas tentando surfar todas as tendências?

No fim das contas… Se a sua marca quer meter a colher em um tema relevante, faça direito. Com verdade. Com profundidade.

Porque o consumidor de hoje não engole discurso vazio. Ele quer a verdade.