🔎 A Vanish e sua última campanha: “as manchas do bullying”.
A animação (muito bem feita) mostra um menino que sofre bullying no refeitório da escola e acaba sujando o uniforme. Com vergonha, ele se retrai, esconde a situação da família e joga a roupa manchada em um canto. Mas a mancha ganha vida na forma de um polvo sombrio, crescendo conforme se alimenta da dor e da exclusão que ele enfrenta. A criatura vai se tornando maior e mais opressora até que sua mãe percebe a situação. Com carinho, escuta, acolhe e, com diálogo, faz o “monstro” desaparecer, mostrando o poder transformador do apoio e da conversa.
O que a Vanish ganha aqui? Primeiro, reforça sua conexão com as mães, mostrando que entende seus desafios diários e se posiciona como parceira nessa jornada. Além disso, transforma um produto cotidiano em um símbolo de acolhimento e cuidado, trazendo um significado maior para algo aparentemente simples como remover manchas.
Trazendo para o universo das manchas, Vanish coloca o bullying no centro da conversa, falando sobre as cicatrizes invisíveis da exclusão, da dor e do silêncio. E foi aí que a marca decidiu agir: não apenas com um discurso bonito, mas com ações concretas, criando materiais educativos para professores e pais, além de um curta-metragem que incentiva um papo sério e necessário sobre o tema.
💬 E aí, marcas devem se meter nesses debates?
Se você ainda acha que vender é só empurrar produto, sinto muito, mas parou no tempo.
🏆 O consumidor não quer só produto, quer significado
Hoje, ninguém quer só mais um sabão ou um tira-manchas. O que atrai o consumidor é relevância. Marcas que são donas de um posicionamento forte têm propriedade para extrapolar as funcionalidades do produto e se tornarem parte da vida das pessoas.
✅ Marcas que falam a língua das pessoas, que abordam realidades concretas, se tornam relevantes e humanas.
❌Mas, calma lá: isso exige coerência. Se forçar a barra, vira piada. Se for autêntico, vira lovebrand.
🎯 Identificação com o Público-Alvo
Eu adoro quando uma propaganda me pega pelo coração. Não é sobre vender um produto, é sobre contar uma história que me faz sentir algo, que me faz lembrar dela dias depois. Campanhas que mexem com a gente ficam na memória porque falam de verdades que a gente vive ou conhece.
Quando vejo uma marca acertando nisso, já sei: eles entenderam o jogo.
🔹 Dove em “Reverse Selfie” (Selfie reversa) → Mostrou como a pressão estética das redes sociais afeta meninas. O vídeo reverte o processo de edição de uma selfie e escancara como filtros distorcem a realidade. No final? Um alerta de conscientização sobre autoestima.
🔹 Pampers em “Love the Change” (Ame a mudança) → Jogou um balde de água fria no velho estereótipo de que só mães cuidam dos bebês. A campanha exaltou pais assumindo fraldas e afeto, reforçando que paternidade ativa não é favor, é obrigação.
🔹 Always em “Like a Girl” (Como uma menina) → A campanha começou com um experimento social: adultos e adolescentes foram convidados a demonstrar como correm, jogam ou lutam “como uma menina”. A maioria executou os movimentos de forma frágil e desajeitada. Em seguida, meninas mais jovens foram desafiadas a fazer o mesmo e surpreenderam com força e determinação. A virada acontece quando os participantes percebem como a expressão pode ser pejorativa. No fim, a mensagem é clara: ser menina nunca foi sinônimo de fraqueza, e essa mentalidade precisa mudar.
Nada disso foi feito no improviso. Essas marcas entenderam as dores do público e acertaram em cheio.
Agora, anota aí os 3 P’s para marcas que querem fazer a diferença:
📝Os 3 P’s para Marcas Trabalharem
👥Público: conheça as dores reais de quem usa o seu produto Se sua marca não sabe com quem está falando, tá jogando campanha no lixo.
🔍 Pergunta-chave: Onde aperta o calo do meu consumidor? Quais são as dores reais que ele enfrenta ao usar (ou precisar) do meu produto? Se a resposta for um chute, é hora de ouvir mais e presumir menos.
🎯 Propósito: escolha um problema para resolver e vá fundo. Marcas que mudam de causa como quem troca de roupa perdem credibilidade. O público percebe e não compra a ideia.
Dove fala de autoestima. Always bateu na tecla da confiança feminina. Não dá para ficar pulando de assunto só porque virou trend. Seja firme na sua bandeira e construa um legado. Marcas que mudam de causa como quem troca de roupa perdem credibilidade.
🔍 Pergunta-chave: Qual problema social ou comportamental meu produto pode ajudar a resolver de forma genuína? Minha marca tem histórico e autoridade para falar sobre isso ou estou apenas seguindo a onda?
🔥 Posicionamento: tenha personalidade, não surfe todas as ondas. Tentar agradar todo mundo é o caminho mais rápido para se tornar irrelevante. Marcas sem identidade desaparecem na multidão.
O segredo? Seja autêntico. Não adianta tentar copiar o concorrente ou se encaixar em qualquer onda do momento. O público percebe quem está sendo forçado. Escolha um território, tenha uma opinião e construa sua voz de forma genuína.
❌Não copie. Não force. Construa uma presença que seja impossível de ignorar. Tentar agradar todo mundo é o caminho mais rápido para se tornar irrelevante.
🔍 Pergunta-chave: Como minha marca pode se diferenciar sem perder sua essência? Estamos criando uma identidade forte ou apenas tentando surfar todas as tendências?
No fim das contas… Se a sua marca quer meter a colher em um tema relevante, faça direito. Com verdade. Com profundidade.
Porque o consumidor de hoje não engole discurso vazio. Ele quer a verdade.