O câncer de colo de útero é uma das principais causas de mortalidade entre mulheres no Brasil, especialmente em regiões com menor acesso a serviços de saúde. Esse tipo de câncer é causado, na maioria dos casos, pela infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV), que pode gerar alterações celulares e, com o tempo, evoluir para tumores malignos.
O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma. Para o triênio 2023-2025, estima-se que haja cerca de 17.010 novos casos por ano, o que representa uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos por 100 mil mulheres.
A prevalência varia regionalmente: nas regiões Norte e Nordeste, é o segundo câncer mais incidente, enquanto no Sudeste e Sul ocupa posições mais baixas. Esses números destacam a importância de estratégias de prevenção, como a vacinação contra o HPV e o rastreamento regular.
A boa notícia é que essa condição pode ser prevenida de maneira eficaz, tornando a conscientização e a prevenção fundamentais na luta contra o câncer.
A vacina contra o HPV é uma das formas mais efetivas de prevenir o câncer de colo de útero. Ela é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível para meninas e meninos de 9 a 14 anos. A vacinação nessa faixa etária é especialmente importante, pois promove uma resposta imunológica mais eficaz antes do início da exposição ao vírus.
O exame Papanicolau, ou citologia cervical, é uma ferramenta essencial para a detecção precoce de alterações no colo do útero. Mulheres entre 25 e 64 anos devem realizar o exame regularmente, conforme as orientações médicas. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de tratamento e cura.
É crucial promover campanhas de conscientização que destaquem a importância da vacinação e do exame preventivo. Essas ações ajudam a desmistificar o tema, combatem o preconceito e incentivam as mulheres a cuidarem da sua saúde.
Embora o HPV seja o principal fator de risco, manter hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e o uso de preservativos, contribui para uma melhor saúde geral e pode diminuir os riscos associados ao câncer de colo de útero.
Embora existam políticas públicas eficazes, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos, como o acesso desigual aos serviços de saúde e a falta de informações em áreas rurais e periféricas. É essencial fortalecer o SUS e aumentar o alcance de campanhas educativas, garantindo que todas as mulheres tenham acesso aos métodos de prevenção.
Os fatores de risco para o câncer de colo de útero estão, em grande parte, associados à infecção pelo HPV, mas outros aspectos também desempenham um papel importante. Aqui estão os principais fatores de risco:
- Infecção pelo HPV: A infecção pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente pelos subtipos 16 e 18, é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero.
- Relações Sexuais Desprotegidas: A falta do uso de preservativos aumenta o risco de infecção pelo HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
- Início Precoce da Vida Sexual: Começar a vida sexual em idade jovem aumenta a probabilidade de exposição ao HPV.
- Múltiplos Parceiros Sexuais: Um número maior de parceiros eleva a chance de contrair o vírus.
- Tabagismo: Substâncias químicas presentes no cigarro podem enfraquecer o sistema imunológico e contribuir para o desenvolvimento de alterações celulares.
- Imunossupressão: Mulheres com sistemas imunológicos comprometidos, como em casos de HIV ou uso prolongado de medicamentos imunossupressores, têm maior probabilidade de desenvolver lesões persistentes causadas pelo HPV.
- Histórico Familiar: Ter casos de câncer de colo de útero na família pode aumentar a predisposição à doença.
- Falta de Rastreamento Regular: A ausência de exames preventivos como o Papanicolau pode levar à detecção tardia das alterações celulares.
- Condições Socioeconômicas: Mulheres em situações de vulnerabilidade social podem ter menos acesso a programas de prevenção, vacinação e cuidados de saúde.
A prevenção do câncer de colo de útero no Brasil é uma questão de saúde pública que requer esforços conjuntos de governo, sociedade e indivíduos. A vacinação, os exames regulares e a conscientização são pilares fundamentais para reduzir a incidência dessa doença e salvar vidas. Investir na saúde da mulher é investir no futuro do país. A prevenção está ao alcance de todos: aproveitemos os recursos disponíveis para proteger as mulheres brasileiras.