Em fevereiro de 2025 cheguei a Roma e o Papa Francisco estava internado. Fomos à Basílica de São Pedro e percorrendo só me vinha a figura do Santo Padre com a sua capacidade de se comunicar com as pessoas de forma objetiva e sincera. Orei por sua saúde e desejei mesmo que ele ficasse bom para continuar o seu pontificado nos dando exemplo de tolerância, simplicidade e humanidade.
Os planos de Deus nem sempre são os nossos, e o nosso querido Francisco teve que ir fazer companhia aos eleitos, àqueles que fizeram de sua vida um exemplo e um testemunho da passagem do Cristo. E me lembrei que já havia conhecido o Papa Francisco quando ainda era Arcebispo de Buenos Aires em uma das várias viagens que fiz à Capital argentina. Não pude conter a emoção de sua partida e ao mesmo tempo me sentir grato pelo seu pontificado.
Católico desde criança, confesso que a minha fé foi realçada pela presença do Papa Francisco que nos mostrou que mais que os dogmas o exemplo missionário do Cristo é muito mais importante. O amor ao próximo não é a simples filantropia, mas o exemplo de que respeitamos os mais pobres e abandonados por uma sociedade consumista e discriminatória, que pensa que os mais pobres não valem nada, porque o valor da pessoa humana está associado ao seu patrimônio e não à sua natureza humana e de filho de Deus.
A morte do Papa Francisco me faz refletir sobre a importância do ser e não do ter. A sua vida inteira foi um exemplo de humildade e de desapego às coisas materiais, tudo isso a nos ensinar que não levamos nada a não ser a nossa essência, o bem que formos capazes de fazer e tudo está em nossas mãos.
O Papa Francisco também nos ensinou que a gente não precisa ser chato, o humor e alegria faz parte da verdadeira fé cristã. Cristão triste não é cristão, nem mesmo o cristão chato, principalmente aquele que acha que só ele vai se salvar e os outros irão para o inferno. Esquecem esses cristãos tristes que o nosso papel de seguidores do Cristo é trazer todos para a alegria da cristandade.
Seguir o Cristo deve ser motivo de muita alegria, e essa alegria deve contagiar a todos, todos mesmo, porque Cristo não se limitou aos crentes, mas buscou a todos, sem exceção. E, por isso, o Papa Francisco nos convoca a não julgar ninguém, mas a levar a todos a mensagem cristã.
Escrevo sob a emoção do seu funeral e sepultamento. Na verdade, a morte aqui apenas nos mostra o valor da fé, a simplicidade como projeto de vida e o amor, o intenso amor ao ser humano.
