ARACAJU/SE, 7 de setembro de 2024 , 20:49:09

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O livro de Juliano Cesar

De lançamento de livros, nada a reclamar. Aqui e ali, um livro pipoca, em diversos campos, de história – as biografias se tornaram rotineiras e oportunas – à poesia, com o que literatura sergipana se engrandece. Contudo, no campo da Economia, a observação de que Cultura Empresarial – reflexões, vivências e aprendizados, de Juliano César Faria Souto, acredito, é o primeiro, o que, só pelo detalhe, já o coloca em patamar especial, não só pelo pioneirismo – um empresário sergipano a deitar em livro a experiência vivida -, como pelo conteúdo.

Muito bem. Uma vitória dupla, ou dois gols num só chute, se factível fosse, traduzida no empresário que dá conselho, expede instruções de serviços, comenta fatos novos, expõe sua carreira no campo empresarial, transformando seu livro quase em manual de economia, tudo como forma de ser útil, de passar adiante a sua trajetória,  quiçá pensando no trio de Marias que há de lhe suceder e continuar suas atividades empresariais, e, no aspecto, um parêntese carregado de dúvida: netas de Raimundo Juliano e de Euclides Paes Mendonça, sobrinhas-netas de Mamede e Pedro Paes Mendonça, primas de João Carlos Paes Mendonça, precisam aprender alguma coisa em termos de comércio?

De tudo, a certeza de que Juliano Cesar Faria Souto é um vitorioso, a medida em que acrescenta, ou ilustra, sua carreira de empresário com a capacidade de escrever dentro dos milhões de aspectos ligados à atividade empresarial, de deixar a pena correr na matéria que mais lhe chama a atenção, a ponto de mostrar o que produz em artigos esparsos em jornais, e, mais do que isso, reunindo todos num livro, na certeza de que o jornal perde o encanto de um dia para outro e se transforma em papel inútil, enquanto o livro, bem, salve o livro, é o depositário dos artigos de jornal, conservando-os vivos e unidos, como se fosse um freezer onde o alimento, bem conservado, não perde a vitamina que carrega.

A junção do empresário que sabe expandir seus negócios – e eu sempre uso uma frase que bem o defini, isto é, onde pisa nasce o capim que se transforma em dinheiro – com o articulista que se vale da experiência do dia a dia, para poder repassar adiante os conhecimentos adquiridos, já simboliza uma expoente vitória. Falta só a verdade de não ser itabaianense,  – privilégio único de quem nasce em Itabaiana –, e, então, misturou o sangue com uma filha de itabaianenses, e, aí, não lhe falta mais nada, já podendo até ser agraciado com o título de cidadão honorário de Itabaiana.

Membro das Academias Sergipana e Itabaianense de Letras