O que eles nos ensinam sobre Gestão e Oportunidades?
Diego da Costa
No universo político, encontramos líderes de perfis variados, dos visionários apaixonados pelos seus ideais aos gestores frios e calculistas que priorizam resultados. Uns brilham pela empatia e carisma, outros pela competência técnica e capacidade de execução. Mas a grande pergunta é: qual desses perfis realmente transforma a sociedade e abre novas oportunidades?
Ao analisarmos a gestão política sob a ótica da administração e do empreendedorismo, percebemos que liderança não é uma fórmula pronta, mas uma soma de características alinhadas às necessidades de um momento. No entanto, há algo inquestionável: o líder que sobrevive e prospera não é aquele que se acomoda, mas o que se reinventa constantemente.
Veja o líder visionário, por exemplo. Ele encanta com discursos emocionantes, inspira com grandes promessas e muitas vezes é capaz de mobilizar uma multidão. Mas será que essa visão grandiosa se sustenta sem um planejamento estratégico claro? No mundo dos negócios, aprendemos que o sonho sem execução é apenas ilusão. E na política, não é diferente.
Por outro lado, temos o líder gestor, focado nos números, indicadores e prazos. Ele entrega resultados, mas frequentemente carece de uma conexão mais humana com o público. Nesse perfil, falta o carisma essencial para criar uma narrativa que mobilize as massas e construa uma base sólida de apoio. Na administração e no empreendedorismo, aprendemos que eficiência sem propósito pode levar ao esgotamento de equipes e, pior, à perda da confiança.
E os líderes disruptivos? Aqueles que fogem do padrão, provocam debates e até polarizam opiniões. Eles são como os empreendedores inovadores que quebram paradigmas e apresentam soluções inesperadas. Porém, no mundo político, o risco da disrupção é a falta de governabilidade. Ideias revolucionárias sem estrutura costumam morrer na burocracia ou no confronto com a realidade.
Por fim, há o líder adaptável – um híbrido que observa, escuta, se reinventa e entende o tempo que vive. Esse perfil, embora raro, costuma ser o mais eficaz. No mercado, ele seria o empreendedor resiliente, aquele que sabe pivotar seu negócio sem perder sua essência. Na política, é o líder que encontra equilíbrio entre inspiração e pragmatismo, carisma e resultados, estratégia e humanidade.
O que esses perfis nos ensinam? Que liderança política é, antes de tudo, gestão de pessoas, projetos e expectativas. É saber construir pontes – entre ideias, entre públicos e, sobretudo, entre o presente e o futuro.
No Brasil, vivemos um momento em que questionar os modelos de liderança não é apenas necessário, mas urgente. Precisamos de líderes que pensem como administradores e empreendedores: inovando, entregando valor e criando oportunidades reais. Isso requer não apenas carisma ou técnica, mas visão de longo prazo, coragem para mudar e, acima de tudo, compromisso com resultados.
Será que estamos prontos para essa nova liderança? Ou continuaremos presos a velhos modelos que encantam no palanque, mas fracassam na execução?
A escolha é nossa, como sociedade. E ela não se limita ao voto – começa na cobrança por eficiência, transparência e renovação. Porque, no final, política e gestão são mais parecidas do que imaginamos: ambas exigem líderes que transformam palavras em ações e promessas em impacto.