ARACAJU/SE, 25 de maio de 2025 , 4:42:17

Os meios de pagamentos no Brasil

O Banco Central do Brasil divulgou recentemente, os dados estatísticos de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil, cabe registrar que referidos dados estão disponíveis no Portal de Dados Abertos do Banco Central, conforme link a seguir https://dadosabertos.bcb.gov.br/dataset/estatisticas-meios-pagamentos.

Conforme o Banco Central do Brasil os dados abertos são dados públicos representados em meio digital, estruturados em formato aberto, processáveis por máquina, referenciados na rede mundial de computadores e disponibilizados sob licença aberta que permita sua livre utilização, consumo ou cruzamento.

Segundo a autoridade monetária do nosso país, o levantamento não leva em conta o uso do dinheiro em espécie, apenas os dados de saques. Assim, passarei neste breve ensaio algumas informações relevantes sobre os dados que foram divulgados e a nova dinâmica da sociedade sobre a utilização dos meios de pagamentos.

De acordo com os dados do Banco Central do Brasil, em 2024, o Pix foi o instrumento de pagamento que mais cresceu em termos de quantidade de transações no país – o aumento foi de 52%. Com isso, ele respondeu por quase metade (47%) do total de transações de pagamento (excluídas as em espécie) realizadas no Brasil no último trimestre do ano passado.

Conforme definição do Banco Central do Brasil, o Pix é o pagamento instantâneo brasileiro. O meio de pagamento criado pelo Banco Central (BC) em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. É prático, rápido e seguro. O Pix pode ser realizado a partir de uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga.

Além de aumentar a velocidade em que pagamentos ou transferências são feitos e recebidos, o Pix tem o potencial de: alavancar a competitividade e a eficiência do mercado; baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes; incentivar a “eletronização” do mercado de pagamentos de varejo; promover a inclusão financeira; e preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis atualmente à população. As explicações acima justificam a evolução do Pix e como ele foi incorporado facilmente no cotidiano de transações dos brasileiros.

Ainda segundo o Banco Central do Brasil, os números também mostram forte protagonismo dos cartões no setor de pagamentos do país, com aumento no número de transações nas modalidades de crédito (+11%), débito (+2,5%) e pré-pago (+19,2%), o que totalizou um crescimento médio de 9,8% deste instrumento em 2024.

O Banco Central apontou em seu comunicado que em 2024 havia cerca de 235 milhões de cartões de crédito ativos, um aumento de quase 14% em relação ao final de 2023; a quantidade de cartões pré-pagos ativos subiu cerca de 9% no último ano, ficando próxima de 74 milhões; e o número de cartões de débitos ativos, por outro lado, registrou uma redução de 5%, tendo passado de cerca de 162 milhões, no fim de 2023, para 154 milhões em 2024.

Sobre o uso de cartões julgo importante apontar conceitualmente o que eles significam na atualidade para os brasileiros. De acordo com o Banco Central, o cartão de crédito é emitido por instituição financeira e por instituição de pagamento e exerce dupla função: instrumento de pagamento e instrumento de crédito pós-go. Mas existe um grande desafio que não pode ser esquecido: o uso consciente do cartão de crédito.

Além disso, do ponto de vista de tipologia, temos o cartão de crédito básico que  é aquele utilizado apenas para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos credenciados. E o diferenciado, que além de permitir o pagamento de bens e serviços, oferece benefícios adicionais, como programas de milhagem, seguro de viagem, desconto na compra de bens e serviços e atendimento personalizado no exterior, entre outros. Estas informações justificam o uso intenso do cartão de crédito em nosso cotidiano e para um público cada vez mais ampliado.

Algo relevante na atualidade é o uso do celular, os dados do Banco Central, mostram também que o telefone celular foi o canal de acesso mais utilizado para as transações de pagamento (excluídas as em espécie), com 58,9 bilhões de transações realizadas em 2024, cerca de 18,4 bilhões a mais do que em 2023. Já o internet banking foi o segundo canal mais usado, com 7,3 bilhões de transações, um aumento de 24% em relação a 2023. Assim, juntos, telefone celular e internet banking movimentaram cerca de R$ 64,2 trilhões no ano passado, 5,3% a mais que em 2023. Isso ajudou bastante no crescimento das transações financeiras, reduzindo a intensidade do uso de canais presenciais, que faziam com que as agências, lotéricas, correspondentes bancários e outros locais, ficassem cheios, com reclamações de tempo de atendimento nas filas, algo que era comum no passo.

Mas, conforme o Banco Central do Brasil, mesmo com todo o crescimento do acesso via celular e internet banking , os demais canais – agências e postos tradicionais, correspondentes bancários, terminais de autoatendimento, postos cooperativos e centrais de atendimento – ainda possuem movimentos significativos, representando cerca de 45% do volume total transacionado em 2024. E mais, muitas pensam que as pessoas não usam mais o cheque, mas segundo o Banco Central, em que pese a redução em sua quantidade de transações (-19,7% em 2024, se comparado a 2023), ele ainda se mantém com mais de 40 milhões de transações por trimestre, sendo utilizado para operações de maior valor, registrando um ticket médio por operação de R$ 4.517, ao final de 2024.

Este é um resumo de como a sociedade se relaciona com os meios de pagamento no mundo atual.